Duas famílias contestam a PM
Matheus e Júlio não tinham ligação com tráfico
Como se não bastasse a dor de perder um filho, a mãe de Matheus da Silva Duarte de Oliveira, de 19 anos, ainda precisououvirqueojovem,mortona Rocinha,ontem,eracriminoso.O mesmo aconteceu com a irmã de Júlio Morais de Lima, de 23.
A mãe de Matheus garantiu queofilhonuncaseenvolveucom o tráfico e teve a vida interrompida quando saía de um baile funk na comunidade.“Eles (policiais) chegaram atirando. Ele foi morto pelas costas, não teve chance. Meu filho tinha família, só Deus sabe o que eu estou sentindo, dói muito. OMatheusteveavidainterrompida, os planos. Isso tem que acabar, essa situação precisa ter um basta”, desabafou a mãe de Matheus.
Ela ainda disse que iria ontem buscarofilhoparaqueelepassasse um tempo morando com ela em Santa Cruz, pois estava preocupada com a violência e os tiroteios frequentes na Rocinha. O pai do jovem reafirmou que o filho não erabandido.“Eleerainocente,sem envolvimento com tráfico. Ele estava procurando emprego para meajudareajudaramãe”,disseele.
‘Tristes e revoltados’
Matheusfaziapartedeumgrupo de valsa, que dançava em festas de debutantes, e tinha participado de um evento na madrugada de ontem, em São Gonçalo. Ele deixou o local com outros participantes numa van, mas ao chegar à Rocinha seguiu para o baile funk, onde foi baleado. Responsável pelo grupo de dança, Alexander Izaías lamentou. “Matheus era um menino do bem, alegre, brincalhão, que nunca teve envolvimento com drogas. Era querido pelos amigos, que estão tristes e revoltados com a morte dele. Vamos buscar justiça para provar queMatheuséinocente”,afirmou.