Na pista dos celulares
Quebra de sigilo de antenas pode revelar executores de Marielle e Anderson
Orastreamento das ligações telefônicas no trajeto feito pela vereadora Marielle Franco, do PSOL, e pelo motorista Anderson Pedro Gomes no dia em que eles foram executados a tiros se tornou uma peça importante no quebra-cabeça da Delegacia de Homicídios (DH). As duas vítimas saíram de carro de um evento na Rua dos Inválidos, onde começaram a ser seguidos, e sofreram emboscada na Rua João Paulo I, no Estácio. O pedido da quebra do sigilo foi feito ao 4º Tribunal do Júri. O mapeamento feito pelos investigadores inclui 35 antenas que registram as chamadas de celular feitas na região.
Nos bastidores, a pressão é grande para saber se a motivação foi política. Nenhuma hipótese está descartada. Ainda mais depois do bate-boca entre o deputado Marcelo Freixo, do PSOL, e o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann. O ministro acusou o deputado de mentir. O parlamentar rebateu, chamando-o de ‘trapalhão’. Para agravar a situação, o ministro da Justiça, Torquato Jardim, declarou que a morte de Marielle é um atentado político contra a intervenção federal no Rio.
Milicianos suspeitos
A milícia é outro alvo da investigação. Dois acusados de envolvimento com paramilitares estiveram na Câmara de Vereadores. A polícia identificou por imagens de câmeras de segurança o ex-vereador Cristiano Girão, da milícia da Gardênia Azul, e o ex-PM Luiz Monteiro da Silva, o Doem, da milícia da Taquara, ambas da Zona Oeste. Girão e Doem foram citados no relatório final na CPI das Milícias, comandada por Marcelo Freixo, em 2008. Ainda não está claro se as visitas têm algum tipo de relação com os crimes.