Dispositivo importante
Fabricantes ainda vendem produtos sem sistema de segurança antiesmagamento
Ofechamento automático das janelas do carro pode representar um risco para crianças, animais e até para adultos. Por causa disso, desde janeiro do ano passado, uma resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) proíbe a comercialização de vidros elétricos sem um dispositivo de segurança antiesmagamento.Apesar da proibição, o mecanismo não está presente em todos os módulos vendidos no mercado. A instalação do dispositivo faz com que os vidros parem no momento em que encontram alguma resistência.
Na maioria das vezes, a criança é a mais vulnerável a esse tipo de acidente. É o caso da filha de 4 anos do empresário Daniel Lima, de 44.“Minha sogra brincava com minha filha dentro do carro, quando, de repente, a menina mexeu na chave e apertou o botão para trancar o veículo. Isso fez com que os vidros se fechassem automaticamente, prendendo o pescoço da criança”, explica Daniel. A instalação do mecanismo regulamentado pelo Contran evitaria o acidente.
Nos Estados Unidos, a organização Kids and Cars (Crianças e Carros) relacionou todos os casos notificados naquele país envolvendo crianças vítimas de vidros elétricos. Segundo o levantamento, 84 delas morreram em decorrência desse tipo de ferimento. Daniel Turi, CEO da Tury, empresa especializada na produção de dispositivos antiesmagamento, afirma que alguns vidros podem exercer uma força que supera os 30 kg.“É importante que o consumidor pergunte ao lojista, na hora de comprar o módulo, se ele tem o sistema de segurança e que rejeite o produto, caso ele não esteja de acordo”, orienta.
O profissional alega que alguns consumidores são atraídos pela diferença de valor entre os mecanismos sem o dispositivo de segurança e os que estão de acordo com as normas do Contran.“Em alguns casos, o produto seguro pode custar até quatro vezes mais”, explica Turi.