Rumo ao semiaberto
‘Preso de ótimo comportamento’, diz exame de Nardoni
Um exame criminológico do detento Alexandre Alves Nardoni, condenado a 30 anos e 2 meses de prisão pela morte da filha Isabella, tem parecerfavorávelparaoregimesemiaberto — que dá o direito a saídas temporárias para visitar a família, trabalhar ou estudar fora da prisão. A menina foi jogada do sexto andardeumprédionaZonaNortedacapitalpaulista,nanoitede29 de março de 2008.
O laudo aponta que Nardoni, preso há dez anos na PenitenciáriadeTremembé(SP),possuiótimo comportamento, boa relação com os demais presos e sempre demonstrouinteresseemretornar aoconvíviosocial.Elejátrabalhou na faxina, lavanderia, rouparia e, atualmente, é encarregado do almoxarifadonafábricadecarteiras escolares no presídio. Também lê livroseparticipadegruposdeoração. O documento é assinado por dois diretores da unidade, assistentesocial,psicólogaepsiquiatra.
A defesa de Nardoni entrou com o pedido de progressão em setembro, depois do preso ter cumprido dois quintos da pena previsto em lei para mudar de regime. A contagem incluiu a remição — um desconto na pena correspondenteaosdiastrabalhados.
O detento troca cartas com a esposa,AnnaCarolinaJatobá,madrasta de Isabella e que também foicondenadapeloassassinato.Ela cumprepenanaPenitenciáriaFeminina de Tremembé (SP) e está noregimesemiabertodesde2017.
Nardoni diz ter criado um vazio em sua vida, após a morte da filha, e que não sente arrependimento,poisseconsiderainocente.
Ontem, o Ministério Público (SP)contestouoresultadodoexame feito por Nardoni e pediu que elefaçaoTestedeRorschach,o‘teste do borrão’. Esse segundo exame foi o mesmo feito por Suzane vonRichthofen—condenadapela morte dos pais. A decisão ainda precisa de autorização da Vara de Execuções Criminais.