Um enredo de dureza
Às vésperas do Carnaval, fuga de patrocinadores deixa escolas de cofres vazios
Enfrentando a pior crise do Carnaval dos últimos tempos, as escolas de samba cariocas começam a dar sinais claros de uma calamidade no setor. A Mocidade Independente de Padre Miguel fechou seu barracão na Cidade do Samba, e cancelou os ensaios de rua que faria amanhã, Dia Nacional do Samba. Além disso, não haverá mais a tradicionalrodadesambaapósos ensaios.Naportadobarracão,um aviso se refere ao “estado de calamidade que compromete o Carnaval 2019”. A Mangueira já decidiu que irá reduzir seu desfile. Procurada, a assessoria da escola afirmanãosetratardenadamuito significativo.
As agremiações estão se virando como podem. A Portela, por exemplo, está fazendo o carnaval com o lucro arrecadado de eventos próprios.
OfatodepatrocinadoresgrandescomooSupermercadosGuanabara e a Uber terem abandonado o barco também preocupa. Nos bastidores do samba há comentários que a saída da Uber — que destinava R$ 400 mil para cada escola — foi motivada pela prisãodopresidentedaverdeerosa, Chiquinho da Mangueira.
Ao que tudo indica, a marca não queria ter seu nome vinculado a um evento em que um dos presidentes das escolas mais importantes acabou preso na Operação Lava Jato. A Liesa, por sua vez, tem dificuldades para captar novospatrocinadores,aindamais agora em cima da data do evento.
Apoucomaisdetrêsmesesdo iníciodafolia,ocontratoquepermite à prefeitura repassar a verba de R$ 1 milhão para cada agremiação ainda não foi assinado e sequer há previsão de reunião com os presidentes das escolas para fechar o acordo.