UM SOL PRA CADA UM
O ‘MEIA’ deu um rolé em Bangu pra sentir na pele o maçarico. Imagina no verão...
Bangu deixou de ter, oficialmente, o posto de lugar mais quente do Rio em 2004, quando o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) optou por não reativar, após depredações,aestaçãoquemantinhano bairro da Zona Oeste e que, historicamente, registrava as maiores temperaturas. Isso, porém, não impede o povo daquela região de sentir o calor que o órgão marcou ao longo de 86 anos.
Com o verão ainda a chegar, na sexta-feira, há até caixa d’água derretendoporlá,nacomunidade davilaaliança,segundoumvídeo que circula nas redes sociais.
O vendedor ambulante de água mineral João Pinto, de 60 anos, não teve medo de usar o gelo cedido por um concorrente para se refrescar do calor de 40 graus que o termômetro do calçadão do bairro marcava às 14h30. “Estou aqui há sete anos. Parece que vivemos, atualmente, o tempo mais quente antes do verão. É por isso que eu me refresco com água gelada. Os médicos não recomendam, mas eu molho os punhos antes e encaro. Só assim para suportar o calor”, disse ele.
Umdosconcorrentesdeleéjessé Oliveira, de 28. O ambulante, porém, só vende água quando está calor. Em dias de temperaturas amenas, ele trabalha com produtosdelimpeza.“jáestounoquinto fardo vendido. Cheguei aqui às 11 horas. Dá para faturar bem”, contou o vendedor, às 14h.
Morador do Jabour, bairro próximo, Agmerom Alves comprou dois ventiladores. “Todo mundo reclama do calor, mas eu estou tranquilo. Moro na região desde 1970, já estou acostumado”, afirma o aposentado, de 88 anos.
Já Aloisio Barros, de 78, improvisou uma caixa de ventilador para se proteger do sol. “Eu preferiria estar em um lugar mais fresco”, reclamou.
Segundo o Centro de Operações do Rio (COR), a maior temperatura de ontem foi registrada em Irajá, na Zona Norte: 40,3 graus. Já a maior sensação térmica foi em Santa Cruz: 44,7 graus. Os números ainda não superam a maior sensação térmica do ano na cidade — 48,7 graus na Barra, em13deoutubro—nemamaior temperatura — 42,4 graus em Guaratiba, em 18 de janeiro. Leia mais sobre o calorão na cidade nas páginas 04 e 06