Mais um anjinho no céu
Família da pequena Lavínia se despede vestindo camisas feitas para o chá de bebê
Há um ano e cinco meses, a família da pequena Lavínia Gomes Esteves carinhosamente preparou camisas temáticas para o chá de bebê da menina. Ontem, a roupa criada como celebração à vida foi o símbolo da dor em cerimônia fúnebre. Morta em acidente de trânsito, Lavínia foi sepultada ontem no Cemitério Nossa Senhora de Fátima, em Duque de Caxias, Baixada Fluminense. Parentes vestiram as camisas temáticas para homenageá-la. Como Lucas, 18 anos.
“Quis usar essa camisa pela lembrança que ela traz. Só tinha usado essa camisa no dia do chá de bebê da minha irmã, hoje está sendo a última vez que vou usá
-la, infelizmente. Nunca esperei usá-la para esse momento e de forma tão precoce, tão brutal”, lamenta.aos prantos e levando no peito a inscrição“irmão de Lavínia”, ele ajudou a carregar o caixão até a gaveta.
A mãe, Patrícia dos Santos Gomes Esteves, também se vestiu como no chá de bebê. “Ela acordava todo dia às 6h, era nosso despertador. Assim que ela levantava, já pegava essa boneca para brincar. Lavínia era a alegria da nossa casa. Minha filha adorava dançar, brincar, era muito sorridente, linda demais”, lembra.
Lavínia era caçula de três irmãos. Além de Lucas, ela tinha uma irmã de 8 anos. De forma inocente, a menina chegou a perguntar para a amiguinha: “Será que quando a gente morrer, depois a gente vai encontrar as pessoas que a gente gosta?”
Sem cadeirinha
Lavínia estava com a babá no carro, que foi abalroado por ladrões que fugiam da polícia pela Washington Luiz. O veículo caiu de viaduto na altura do Km 116, em Caxias.“com a criança se encontravam oito passageiros e ela com cadeira de proteção. Foi instauradoinquéritoparaapurarhomicídioculposodacriançaearesponsabilidade do condutor, pelo excesso passageiros e pela falta da cadeirinha”, diz o delegado Felipe Curi, do Departamento Geral de Polícia da Baixada (DGPB).