Uma reprise bem atual
Paolla Oliveira celebra sucesso como a policial Jeiza no retorno de ‘ A Força do Querer’
intolerância deveria continuar escondida e sendo sinônimo de vergonha”, decreta Paolla Oliveira, que comemora e julga necessária a reprise da novela A Força do Querer, na Globo, num momento em que temas como machismo, Lgbtfobia e amores tóxicos, abordados na trama de Gloria Perez, em 2017, estão sendo discutidos no mundo.
“Vivemos numa fase turva e vai ser curioso ver se andamos para frente ou para trás. Porque a luta continua. Então, se for o caso, que essa podridão toda apareça para que a gente possa ter forças contra ela”, diz a atriz, de 38 anos, curiosa para saber a resposta do público, nos dias de hoje, aos dramas dos personagens da novela.
O discurso afiado de Paolla sobre o debate social que a trama trouxe aparece junto com as lembranças de uma de suas maiores personagens na dramaturgia, a policial Jeiza. “A primeira coisa que veio na cabeça foi um palavrão! Para extravasar. Fiquei muito feliz com a reprise”, adianta ela, orgulhosa de ter dado vida a uma mulher destemida, que escolhe ser policial e lutadora de MMA, sem deixar a feminilidade de lado.
“Até hoje sou chamada de Jeiza nas ruas, principalmente por mulheres policiais. Quando fui criar a personagem, achava aquele universo tão distante. Mas começaram as gravações e me dei conta de que essa mulher existe por aí. Uma mulher livre para fazer suas escolhas. Jeiza continua representando a mulher brasileira”, comemora.
Vista pelo estereótipo da mocinha, ela lembra que precisou provar pra muito gente que era capaz de levar a personagem com sucesso até o fim. E assim o fez. Não foi à toa que a loira foi premiada no Melhores do Ano, do Domingão do Faustão, como Melhor Atriz.
“As pessoas comentam que eu me transformei fisicamente na época. A luta me ajudou. Depois da novela eu até tentei continuar lutando, mas não deu. E por conta disso, por ela ser uma mulher fora do meu universo, as pessoas falavam que não ia dar certo eu fazer uma policial. Me fez questionar meu lugar como mulher.”