Apelo por justiça
Familiares de dois jovens mortos em Niterói acusam a PM, que se defende
Familiares de Jefferson Bispo da Silva, de 15 anos, e Gabriel Machado Estevão, de 19, pedem justiça após a morte dos dois jovens na comunidade Santo Cristo, em Niterói, na terça- feira, durante uma operação da Polícia Militar. Ontem, parentes estiveram no Instituto Médico- Legal ( IML) da cidade para liberar os corpos, que foram enterrados no Cemitério do Maruí, no município.
Para parentes e moradores da comunidade, a morte dos jovens é um enredo que se repete quase diariamente, mas que não há perspectiva de melhora. Jaqueline Teresa Machado disse que o irmão Gabriel, conhecido na comunidade como Zulu, tinha deficiências intelectuais e catava latinhas de alumínio no momento do tiroteio. Ela afirmou que ouviu de um PM que o irmão morreu porque estava no “local errado, na hora errada”.
“Sempre que acontecia um tiroteio na comunidade, eu ia atrás do meu irmão. Como nossa mãe já faleceu, eu exercia esse papel na vida dele. Quando não conseguia ir buscá- lo, ele pedia para entrar na casa dos vizinhos, que o conheciam. O policial falou que, infelizmente, ele estava no local errado, na hora errada. Nada justifica o que aconteceu. O que a gente mais quer é justiça”, desabafou.
Uma outra irmã de Gabriel, que também é portadora de deficiência intelectual, chegou a desmaiar ontem, na porta do IML de Niterói.
A Polícia Militar informou que houve confronto e, em seguida, encontrou dois corpos com marcas de tiros, além de apreender armas no local.