Cipriano: elo entre envolvidos
Após a operação ser deflagrada, promotores de Justiça do Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Rio de Janeiro, disseram, em coletiva, que o bicheiro Rogério de Andrade está na linha de investigação como o possível mandante da morte da vereadora Marielle Franco.
“A possibilidade do envolvimento de Rogério de Andrade com a morte de Marielle passa a ser alvo de uma investigação do MP. Há várias linhas sendo investigadas, essa é uma delas. Ainda não há elementos que descartem essa possibilidade. Há um histórico entre ele (Rogério) e o executor (Ronnie Lessa)”, afirmou o promotor Diogo Erthal.
Ontem, Andrade e seu filho tornaram-se foragidos. E a Justiça autorizou a inclusão do nome do bicheiro na lista de difusão vermelha da Interpol.
O bicheiro Rogério de Andrade é um dos procurados por conta de esquema criminoso desbaratado
Ainda segundo a investigação do Ministério Público, o delegado Marcos Cipriano, também preso ontem, intermediou um encontro entre Ronnie Lessa e a delegada Adriana Belém e seu braço-direito, o inspetor Jorge Luiz Camillo. A reunião resultou em um acordo que viabilizou a retirada em caminhões de quase oitenta máquinas caça-níquel apreendidas em casa de apostas. O pagamento foi providenciado por Rogério de Andrade.
A parceria entre Rogério e Ronnie é apontada como antiga, com elementos de prova ao menos desde 2009, quando Ronnie perdeu uma perna em atentado à bomba. Ele já atuava como segurança do contraventor. Em 2018, ano da morte de Marielle Franco e Anderson Gomes, os dois denunciados se reaproximaram e abriram uma casa de apostas no Quebra-Mar, na Barra da Tijuca.