Macron anuncia na TV pacote anticrise
Presidente tenta abrandar fúria de protestos das últimas 4 semanas
Eram 20h de ontem ( 17h em Brasília) quando o presidente da França, Emmanuel Macron, apareceu em rede de TV para anunciar medidas contra a baixa popularidade de seu governo, causa nas últimas semanas de violentos protestos pelo país.
Na tela, Macron anunciou o aumento do salário mínimo de € 1.398 para € 1.498 (cerca de R$ 6.680). Também disse que irá congelar os impostos dos aposentados que ganham até € 2 mil por mês (cerca de R$ 8.900). Isentou, ainda, as empresas de recolherem impostos e taxas sobre as horas extras pagas a seus funcionários até o fim de 2019.
E encorajou uma “caixinha” de Natal: “Gostaria de pedir a todos os empregadores que possam para pagar um bônus de fim de ano aos funcionários, esses bônus serão isentos de impostos”.
Coletes amarelos
As manifestações contra o governo Macron começaram há quatro semanas, contra o aumento do imposto sobre o diesel que haveria em janeiro. Usando coletes amarelos, os manifestantes foram às ruas pelo fim do aumento. No último dia 5, o governo desistiu da medida, mas não foi suficiente.
Descontentes com a postura do presidente, a quem acusam de “governar só para os ricos”, os coletes amarelos mantiveram os protestos, que se tornaram violentos, com depredações de lojas e monumentos e dezenas de feridos e presos.
A redução da abrangência do ISF (Imposto de Solidariedade sobre Fortuna), uma das medidas que irritaram os franceses, não foi mexida. Desde outubro, somente patrimônios imobiliários acima de € 1,3 milhão (cerca de R$ 5,8 milhões) são taxados. Metade das grandes fortunas do país se livrou do ISF. “Queremos uma França em que as pessoas possam viver dignamente de seus trabalhos”, disse.