Ouro Preto fecha ruas aos domingos
Centro histórico da cidade barra veículos para realização de eventos culturais e fomento ao turismo
Ouro Preto, na região Central de Minas Gerais, guarda memórias da independência do país e do desenvolvimento do estado. Entre casarões e igrejas, patrimônios que testemunharam a glória trazida pelo ciclo do ouro. E justamente pela sua importância para o Brasil e para proteger o conjunto arquitetônico inigualável do município – além de tornar a cidade ainda mais atrativa – aos finais de semana, veículos não irão mais circular em algumas vias da cidade. Aos domingos, o projeto “Entre Jacubas e Mocotos” passa a fechar quatro vias históricas para o trânsito e estacionamento de veículos – são elas as ruas São José e Getúlio Vargas, no Centro; Bernardo de Vasconcelos, Aleijadinho, além da Praça Antônio Dias, no bairro Antônio Dias. As atividades acontecem até setembro, das 9h às 20h, com música ao vivo, brinquedos, gastronomia, artistas de rua e artesanato.
De acordo com a diretora de projetos da prefeitura, Lavínia Viana, um edital será publicado para que os interessados em participar do projeto com montagem de estruturas provisórias possam se inscrever. “O corredor cultural tem o objetivo de fomentar o comércio, o turismo e o artesanato local, como forma de gerar renda para as famílias que trabalham com isso, além de favorecer o próprio comércio dos estabelecimentos nas ruas envolvidas”, adiantou Viana.
Com nome que remete às tradições da antiga Vila Rica – os moradores do Antônio Dias eram conhecidos como “jacubas” por se alimentarem de um caldo ralo engrossado com fubá diante da escassez de comida do fim do século 19, enquanto a população do Centro extraía o caldo de mocotó após catar as partes menos nobres dos bois em um matadouro –, o projeto acontece alternadamente entre os bairros da cidade.
‘Vivida a pé’
Para o secretário de Turismo, Indústria e Comércio, Felipe Guerra, a iniciativa valoriza e preserva o patrimônio da cidade, que é reconhecido mundialmente pela Unesco. “Ouro Preto é uma cidade que tem que ser cada vez mais vivida a pé para se ver e entender suas nuances, sua arquitetura, isso é um grande atrativo turístico. Então, é uma maneira de dar luz à nossa cultura e fomentar o turismo, que é fator de desenvolvimento econômico, emprego e renda, principalmente em um momento tão difícil de crise na mineração”, frisou.