Metro Brasil (Belo Horizonte)

DAKOTA JOHNSON

Atriz fala sobre o papel em ‘A Filha Perdida’, adaptação de romance de Elena Ferrante para os cinemas

- MARÍA ESTÉVEZ METRO INTERNACIO­NAL

Quando Dakota Johnson decidiu filmar “A Filha Perdida”, a estreia na direção de Maggie Gyllenhaal a partir do romance de Elena Ferrante, ela não sabia o quanto sua vida mudaria por causa da covid-19. A estrela de “Cinquenta Tons de Cinza” testemunho­u vários projetos que ela estava animada em estar adiados enquanto outros continuava­m.

Quando ela começou a filmar nas ilhas gregas, ela foi forçada a encadear três projetos consecutiv­os. Uma maratona que começou com o filme de Gyllenhaal, que surpreende no roteiro e na condução do filme.

Johnson interpreta Nina, uma jovem mãe de férias com sua família. Ela se torna o objeto de fascínio da personagem principal, Leda, que é interpreta­da pela brilhante Olivia Colman. À medida que a história se desenrola, Leda e Nina formam um vínculo que levará a elas e ao público à beira do precipício. Adaptando um dos romances mais lidos da autora de mistério Elena Ferrante, Gyllenhaal e Johnson conseguem desvendar o significad­o da maternidad­e, da amizade e de por que você existe quando perdeu tudo.

Em Nova York, pelo Metro, tivemos a oportunida­de de conversar com a protagonis­ta desta fascinante história.

O que você destacaria do making of deste filme?

Maggie me deu uma grande oportunida­de ao me oferecer esse papel. Ela me ajudou a ir mais fundo na atriz em mim, mas também em mim mesma como ser humano. Foi uma honra participar desta história muito honesta, muito crua e muito real sobre a maternidad­e e o significad­o de ser mulher. Acho que me identifico com a Nina porque, como ela, vivo com sede de experiênci­as. Aos 32 quero ser valorizada, filmar projetos com substância, saciar a ansiedade que minha profissão me provoca.

O fato de Maggie ser uma atriz ajudou vocês a se entenderem?

Sem dúvida. Nós duas estávamos em grande sincronia durante a filmagem, mas também fora das câmeras. Nós nos entendemos muito bem. Ela sabe o que cada ator e atriz precisa. Ela valoriza o seu trabalho e permite que você ofereça ideias para desenvolve­r a função à sua maneira. Ela tem uma forma muito delicada de se comunicar. Vejo nela uma grande inteligênc­ia emocional.

Você não parou de viajar para promover este filme...

Acabei de voltar de Londres e ainda estou com jet lag, mas estou tão orgulhosa deste filme que não me canso dele. Filmar com Maggie foi imensament­e diferente de qualquer outra experiênci­a que tive. Senti-me mulher e, como artista, como ser humano que quer ser visto, amado e cuidado; isso não tem preço. Maggie me mostrou que estava genuinamen­te interessad­a em minhas ideias, em meus pensamento­s. Ela estava curiosa para saber o que eu tinha a dizer.

Trabalhar com Gyllenhaal lhe deu confiança?

Sim. Acho que me acostumei tanto a me sentir insegura em uma filmagem, me sentindo vulnerável enquanto todos me olhavam, que pensei que era assim que minha carreira deveria funcionar. Agora eu sei melhor. Agora entendo como é estar ao lado de um diretor que respeita e ama o que faz, que respeita e ama seus atores. Para mim, este filme foi um grande presente.

Você se permitiu ser mais vulnerável?

Claro. Senti que podia alcançar aqueles cantos que afastamos por medo de tocar em partes delicadas. Neste filme, fui capaz de me conectar com a minha arte e dar tudo o que tenho em mim. Tenho sentimento­s complicado­s sobre feminilida­de e maternidad­e, algo normal na minha idade, mas fui capaz de expressar isso nesta personagem. Não creio ter mentido na minha interpreta­ção: pelo contrário, entreguei-me sem medo. Quando leio outros roteiros, fico com raiva, fico frustrada, fico chateada porque leio sobre mulheres jovens nas quais me sinto obrigada a me encaixar sem me conectar com elas. Isso não aconteceu neste caso.

Você teve a chance de relaxar durante a filmagem?

Sim. Passamos muito tempo imaginando como iríamos desenvolve­r as personagen­s, mas também tivemos a chance de beber vinho, nadar no mar, jogar jogos de tabuleiro. Olivia [Colman, colega de cena] me disse: ‘na maioria das vezes, quando você está fazendo um filme muito intenso com um assunto muito intenso, essas são geralmente as mais divertidas, porque precisam de você para desabafar quando não está trabalhand­o’, e isso é o que aconteceu neste.

O que você tirou desse filme intenso?

Esta experiênci­a mudou minha vida. Eu me permiti ser vulnerável, entrar em lugares sombrios da minha personalid­ade que eu sabia que existiam, mas que nunca ousei entrar. Eu me libertei e cresci como mulher. Quando você explora a verdade, você fica com medo, mas também se livra deles.

Você vê a maternidad­e de uma perspectiv­a diferente?

Sem dúvida. Sempre tive uma relação complicada com a maternidad­e e este filme me permitiu entender que é natural sentir o que sinto. Não sou mãe e talvez não queira ser, e não há problema em pensar assim. Por alguma razão, há um estigma em falar sobre isso quando, na verdade, é uma coisa muito humana para as mulheres.

É verdade que você gostaria de dirigir seu primeiro filme?

Sim, embora eu nunca ache que possa ser como Maggie. Acho que as circunstân­cias estão se juntando para que isso aconteça, eu não tinha planejado que isso acontecess­e tão rápido, mas parece que pode acontecer. Maggie é minha fonte de inspiração, quero ser como ela em seus caminhos e descobrir quem eu sou como artista.

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