Moto Adventure

Born To Be Wild Zangado Moto Clube

Fundado em 1968 em São Paulo, este foi um dos primeiros clubes a reunir motociclis­tas e a adotar o uso dos coletes.

- Texto: André Ramos Fotos: Divulgação

Amúsica “Born to be wild”, da banda Steppenwol­f é além de um dos maiores clássicos da história do rock, um hino à cultura biker e ao espírito de liberdade e irreverênc­ia que são evocados pela motociclet­a. E foi esta música que inspirou há quase 54 anos o surgimento de um dos primeiros moto clubes brasileiro­s.

O Born To Be Wild – Zangado Moto Clube foi fundado em 1968 no bairro paulistano da Vila Anastácio, Zona Oeste da capital paulista. Era uma época em que o mercado brasileiro de motociclet­as ainda engatinhav­a e só havia praticamen­te motos importadas ou aquelas construída­s pelos (poucos) aventureir­os que se lançavam a ir juntando peças e construind­o sua própria criação de duas ou três rodas.

O responsáve­l pela fundação do moto clube foi Wilson Vieira, conhecido pelo apelido de “Zangado”, que na época frequentav­a comunidade­s hippies e comerciali­zava artesanato na região da Praça da República, no Centro de São Paulo. Por volta de 1974, um cara chamado Raimundo Nonato retornava de um passeio na Rodovia Castelo Branco junto com mais quatro amigos e viu um grupo de motociclis­tas passar por eles na rodovia. Resolveu segui-los e dali surgiria um vínculo que o levaria a tornar-se presidente do clube e também, a tornar sua imagem e seu apelido conhecidos até hoje no meio: Pateta.

Quando chegou ao clube, Pateta afirma que ele já reunia cerca de 200 motociclis­tas e o Born To Be Wildzangad­o Moto Clube, além de ter sido um dos primeiros clubes voltados a reunir motociclis­tas, foi também um dos precursore­s a adotar o uso de coletes por parte de seus integrante­s. Após ter sido também presidente do Mulambos Moto Clube e de ter criado posteriorm­ente o Abutres – moto clube do qual foi presidente por 20 anos – Pateta voltou à casa que o acolheu 47 anos atrás.

Para criar o Born To Be Wild, “Zangado” foi buscar inspiração nos tradiciona­is moto clubes norte

americanos, mas aplicando ao seu essências nacionais, implantado a tradição e a cultura biker para fomentar a essência do moto clubismo, estando desde sua fundação, sempre ao lado dos clubes mais respeitado­s do Brasil.

Segundo Pateta, atualmente o Born To Be Wild conta com 118 membros espalhados pelo Brasil. Além do estado de São Paulo, há integrante­s no Rio de Janeiro, Minas Gerais, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná “Nosso clube é um clube de bikers mesmo, nos moldes old school; a maioria é da velha guarda, com poucos motociclis­tas mais jovens”, explica. “A gente não vende colete e queremos somente aqueles que têm espírito biker, mesmo, pois um clube old school não precisa de quantidade, mas sim, de qualidade”, assegura.

“Hoje há muito moto clube por aí que têm muita quantidade mas que não têm qualidade alguma, onde algumas pessoas sequer moto têm e a gente, que já está há muitos anos neste meio e tem um nome a zelar, precisa se preocupar com isso”, conclui.

Pateta (segundo da esq. para a dir.) está com o moto clube desde 1974 e é seu atual presidente

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