Born To Be Wild Zangado Moto Clube
Fundado em 1968 em São Paulo, este foi um dos primeiros clubes a reunir motociclistas e a adotar o uso dos coletes.
Amúsica “Born to be wild”, da banda Steppenwolf é além de um dos maiores clássicos da história do rock, um hino à cultura biker e ao espírito de liberdade e irreverência que são evocados pela motocicleta. E foi esta música que inspirou há quase 54 anos o surgimento de um dos primeiros moto clubes brasileiros.
O Born To Be Wild – Zangado Moto Clube foi fundado em 1968 no bairro paulistano da Vila Anastácio, Zona Oeste da capital paulista. Era uma época em que o mercado brasileiro de motocicletas ainda engatinhava e só havia praticamente motos importadas ou aquelas construídas pelos (poucos) aventureiros que se lançavam a ir juntando peças e construindo sua própria criação de duas ou três rodas.
O responsável pela fundação do moto clube foi Wilson Vieira, conhecido pelo apelido de “Zangado”, que na época frequentava comunidades hippies e comercializava artesanato na região da Praça da República, no Centro de São Paulo. Por volta de 1974, um cara chamado Raimundo Nonato retornava de um passeio na Rodovia Castelo Branco junto com mais quatro amigos e viu um grupo de motociclistas passar por eles na rodovia. Resolveu segui-los e dali surgiria um vínculo que o levaria a tornar-se presidente do clube e também, a tornar sua imagem e seu apelido conhecidos até hoje no meio: Pateta.
Quando chegou ao clube, Pateta afirma que ele já reunia cerca de 200 motociclistas e o Born To Be Wildzangado Moto Clube, além de ter sido um dos primeiros clubes voltados a reunir motociclistas, foi também um dos precursores a adotar o uso de coletes por parte de seus integrantes. Após ter sido também presidente do Mulambos Moto Clube e de ter criado posteriormente o Abutres – moto clube do qual foi presidente por 20 anos – Pateta voltou à casa que o acolheu 47 anos atrás.
Para criar o Born To Be Wild, “Zangado” foi buscar inspiração nos tradicionais moto clubes norte
americanos, mas aplicando ao seu essências nacionais, implantado a tradição e a cultura biker para fomentar a essência do moto clubismo, estando desde sua fundação, sempre ao lado dos clubes mais respeitados do Brasil.
Segundo Pateta, atualmente o Born To Be Wild conta com 118 membros espalhados pelo Brasil. Além do estado de São Paulo, há integrantes no Rio de Janeiro, Minas Gerais, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná “Nosso clube é um clube de bikers mesmo, nos moldes old school; a maioria é da velha guarda, com poucos motociclistas mais jovens”, explica. “A gente não vende colete e queremos somente aqueles que têm espírito biker, mesmo, pois um clube old school não precisa de quantidade, mas sim, de qualidade”, assegura.
“Hoje há muito moto clube por aí que têm muita quantidade mas que não têm qualidade alguma, onde algumas pessoas sequer moto têm e a gente, que já está há muitos anos neste meio e tem um nome a zelar, precisa se preocupar com isso”, conclui.
Pateta (segundo da esq. para a dir.) está com o moto clube desde 1974 e é seu atual presidente