Distinções Técnicas
À medida que as motocicletas foram evoluindo, elas foram recebendo elementos e características para que se adequassem a seus usos e propostas. Vamos falar um pouco sobre algumas destas distinções e seus efeitos?
Amaioria dos nomes de motocicletas mostram ao que ela se destina desde seu nascimento, como por exemplo uma Honda da família CRF (Competition Racing Four) ou uma BMW da família GS (abreviação de Geland Strasse em alemão, que significa campo e estrada). Alguns detalhes técnicos farão com que elas desempenhem melhor em situações diferentes, e suas construções provavelmente estarão de acordo com a proposta inicial. Mesmo que sejam modelos destinados ao turismo de aventura, ainda assim podem trazer distinções técnicas relevantes.
MOTOR DE 2 CILINDROS PARALELOS OU EM V?
Essa questão me lembra a disputa entre Honda e Yamaha, mais precisamente entre NXR 750V Africa Twin e XTZ 750 Super Ténéré, que já nasceu com motor de 2 cilindros paralelos. A Honda nos trouxe a resposta ao ressuscitar a África Twin rebatizada de CRF e equipada com motor de cilindros paralelos. O motor de 2 cilindros paralelos pode, em relação ao 2 em V, permitir economia de peças, reduzindo custos e peso, redução da distância entre eixos, um posicionamento de massa mais à frente e melhor posicionamento dos escapamentos. Certamente a Honda fez uma mudança com foco no aperfeiçoamento técnico da África Twin, porém, muitas marcas mantêm motores com configurações que estão de acordo com suas tradições, mantendo a identidade da marca, como os 2 cilindros boxer da BMW, os 3 cilindros paralelos da Triumph, os 2 e os 4 cilindros em L da Ducati e os 2 cilindros em V da Harleydavidson.
Uma moto trail traz características que facilitem sua condução em qualquer terreno
RODA DIANTEIRA DE 21 OU 19 POLEGADAS?
Aqui, como em quase todas as outras questões sobre motocicletas, a melhor resposta vai ser encontrada depois de decidirmos qual o tipo de uso, ou qual uso será feito com maior frequência e intensidade. A roda dianteira de maior diâmetro desempenha melhor em pisos esburacados, já que transpõe obstáculos com mais facilidade e também pode deixar a parte central da moto com maior distância do solo. A roda dianteira menor sofre menos com o efeito giroscópico, que mantém a roda girando no mesmo sentindo e é mais forte quanto maior for a sua velocidade, sendo assim, a roda menor permite mudança de direção mais
rápida, entregando mais agilidade à motocicleta. Portanto, se o uso for prioritariamente em estradas de bom pavimento e com curvas, a roda menor se sobressai, enquanto por estradas de terra, com obstáculos e buracos, a roda maior mostra sua vantagem.
TRANSMISSÃO FINAL POR CORRENTE OU CORREIA?
Diversos fatores influenciam na eleição do melhor sistema de transmissão final, porém, motos com longo curso de suspensão traseira permitem grande oscilação da balança e, a consequência é uma variação no esticar e encolher da transmissão final durante o uso, de acordo com a aplicação de mais ou menos carga na suspensão traseira. Para motos com esta característica, a transmissão final por corrente é a mais eficiente. Motos de curso curto na suspensão traseira podem usar a correia como forma de transmitir a força do motor para a roda. A transmissão final por correia pode escapar do seu local de engate caso ganhe folga. Nos motores, vemos ajustadores que mantém as correias dentadas sempre esticadas. Outro detalhe que influencia na escolha, é a menor perda de potência na roda, em relação ao motor, quando se usa a corrente. A correia tem maior perda em razão da elasticidade e o cardã em razão do maior peso.
Motocicletas são veículos sensíveis e pequenas diferenças nos detalhes técnicos resultam em variadas sensações ao pilotar. O prazer que sentimos pilotando vêm também desta sensibilidade, já que precisamos, por exemplo, administrar dois freios simultaneamente, usar nosso corpo para manter o equilíbrio da moto e, assim, sentimos a influência dos detalhes.
Já uma transmissão a cardã, como a da R 1250GS, reduz em muito a necessidade de manutenção da relação secundária