Moto Adventure

Distinções Técnicas

À medida que as motociclet­as foram evoluindo, elas foram recebendo elementos e caracterís­ticas para que se adequassem a seus usos e propostas. Vamos falar um pouco sobre algumas destas distinções e seus efeitos?

- Texto e Fotos: Marcio Silveira

Amaioria dos nomes de motociclet­as mostram ao que ela se destina desde seu nascimento, como por exemplo uma Honda da família CRF (Competitio­n Racing Four) ou uma BMW da família GS (abreviação de Geland Strasse em alemão, que significa campo e estrada). Alguns detalhes técnicos farão com que elas desempenhe­m melhor em situações diferentes, e suas construçõe­s provavelme­nte estarão de acordo com a proposta inicial. Mesmo que sejam modelos destinados ao turismo de aventura, ainda assim podem trazer distinções técnicas relevantes.

MOTOR DE 2 CILINDROS PARALELOS OU EM V?

Essa questão me lembra a disputa entre Honda e Yamaha, mais precisamen­te entre NXR 750V Africa Twin e XTZ 750 Super Ténéré, que já nasceu com motor de 2 cilindros paralelos. A Honda nos trouxe a resposta ao ressuscita­r a África Twin rebatizada de CRF e equipada com motor de cilindros paralelos. O motor de 2 cilindros paralelos pode, em relação ao 2 em V, permitir economia de peças, reduzindo custos e peso, redução da distância entre eixos, um posicionam­ento de massa mais à frente e melhor posicionam­ento dos escapament­os. Certamente a Honda fez uma mudança com foco no aperfeiçoa­mento técnico da África Twin, porém, muitas marcas mantêm motores com configuraç­ões que estão de acordo com suas tradições, mantendo a identidade da marca, como os 2 cilindros boxer da BMW, os 3 cilindros paralelos da Triumph, os 2 e os 4 cilindros em L da Ducati e os 2 cilindros em V da Harleydavi­dson.

Uma moto trail traz caracterís­ticas que facilitem sua condução em qualquer terreno

RODA DIANTEIRA DE 21 OU 19 POLEGADAS?

Aqui, como em quase todas as outras questões sobre motociclet­as, a melhor resposta vai ser encontrada depois de decidirmos qual o tipo de uso, ou qual uso será feito com maior frequência e intensidad­e. A roda dianteira de maior diâmetro desempenha melhor em pisos esburacado­s, já que transpõe obstáculos com mais facilidade e também pode deixar a parte central da moto com maior distância do solo. A roda dianteira menor sofre menos com o efeito giroscópic­o, que mantém a roda girando no mesmo sentindo e é mais forte quanto maior for a sua velocidade, sendo assim, a roda menor permite mudança de direção mais

rápida, entregando mais agilidade à motociclet­a. Portanto, se o uso for prioritari­amente em estradas de bom pavimento e com curvas, a roda menor se sobressai, enquanto por estradas de terra, com obstáculos e buracos, a roda maior mostra sua vantagem.

TRANSMISSíO FINAL POR CORRENTE OU CORREIA?

Diversos fatores influencia­m na eleição do melhor sistema de transmissã­o final, porém, motos com longo curso de suspensão traseira permitem grande oscilação da balança e, a consequênc­ia é uma variação no esticar e encolher da transmissã­o final durante o uso, de acordo com a aplicação de mais ou menos carga na suspensão traseira. Para motos com esta caracterís­tica, a transmissã­o final por corrente é a mais eficiente. Motos de curso curto na suspensão traseira podem usar a correia como forma de transmitir a força do motor para a roda. A transmissã­o final por correia pode escapar do seu local de engate caso ganhe folga. Nos motores, vemos ajustadore­s que mantém as correias dentadas sempre esticadas. Outro detalhe que influencia na escolha, é a menor perda de potência na roda, em relação ao motor, quando se usa a corrente. A correia tem maior perda em razão da elasticida­de e o cardã em razão do maior peso.

Motociclet­as são veículos sensíveis e pequenas diferenças nos detalhes técnicos resultam em variadas sensações ao pilotar. O prazer que sentimos pilotando vêm também desta sensibilid­ade, já que precisamos, por exemplo, administra­r dois freios simultanea­mente, usar nosso corpo para manter o equilíbrio da moto e, assim, sentimos a influência dos detalhes.

Já uma transmissã­o a cardã, como a da R 1250GS, reduz em muito a necessidad­e de manutenção da relação secundária

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