Moto Adventure

Kamikazes M.C.

Com a maior estrutura da última edição do Capital Moto Week, que trazia um cenário digno da franquia Mad Max, moto clube de Brasília mostra sua força.

- Texto e Fotos: André Ramos

Durante a 17a edição do Capital Moto Week, realizada na Granja do Torto, em Brasília (DF), um espaço destinado a um moto clube chamava muito a atenção de quem por ali circulava. Ao longe, uma lona de circo que podia ser vista de vários pontos do evento, poderia parecer mais uma atração promovida pelos organizado­res, mas diante dela, um cenário apocalípti­co ao melhor estilo Mad Max sugeria que estávamos diante de algo inusitado. Atrás das diversas motos e triciclos que mostravam a presença de seus membros no local, dois caminhões que pareciam ter saído do filme “Mad Max – A Estrada da Fúria”, faziam a proteção da entrada do local. Sobre um deles, uma estrutura metálica sustentava um dragão de olhos vermelhos, ladeado por dois banners onde se lia a palavra “Kamikazes”, grafada na vertical.

À frente do pórtico de entrada em forma de boca de dragão, um latão metálico com toras de madeira ardia em uma fogueira, indicando o caminho não apenas aos membros do clube, mas também a qualquer um que quisesse ali confratern­izar e acompanhar os shows, afinal, ali acontecera­m vários ao longo do encontro, funcionand­o como um evento dentro do evento.

Os Kamikazes, moto clube brasiliens­e cujas atividades começaram em 1990, surgiu, segundo Humberto Alencar Sampaio, atual presidente da agremiação, como uma brincadeir­a de seu irmão mais velho, Aloísio Viana Melo, o Ligeirinho. “Na época, ele tinha um jipe e algumas motos e resolveu juntar os amigos para fazer passeios e assim, de repente, surgiu o primeiro moto-car clube do Brasil, reunindo veículos diferentes, não-convencion­ais”, explica.

A partir daí, os encontros foram se repetindo e atraindo um número cada vez maior de associados, que se identifica­vam

com a proposta do clube e com o estilo de vida de seus membros.

Embora Humberto Alencar não revele o número de associados que fazem parte dos Kamikazes, a estrutura que o moto clube apresentav­a no CMW mostra a força do grupo. “Não temos muitos associados, mas temos um pessoal que tem muita vontade. Embora tenhamos poucos membros, a gente consegue montar isso aqui porque temos união e quando dizemos que precisamos fazer algo, eles vão e fazem; somos um moto clube muito coeso. O importante não é a quantidade, mas a qualidade”, reflete Alencar.

O Kamikazes Moto Clube está presente no Capital Moto Week desde sua primeira edição, realizada em 2004 e a cada ano, vem demarcando seu território com mais força. O espaço por eles ocupado era o maior entre todos os moto clubes presentes no evento, abrigando, além da entrada com seus veículos exóticos e a lona de circo que abrigava um palco, um amplo espaço externo destinado ao camping para seus afiliados.

“A gente não tem qualquer preconceit­o em relação aos nossos membros. Acolhemos desde o cara que está desemprega­do ao empresário, pois o que importa é a amizade, afinal, todos somos iguais”, explica Alencar, revelando o espírito que permeia o moto clube que preside.

Além de uma sede localizada na cidade de Ceilândia (DF), os Kamikazes possuem duas sedes rurais – uma no Parque da Barragem e outra na Cana do Reino – onde realizam suas celebraçõe­s, que são totalmente gratuitas. “A gente proporcion­a isso sem subsídio de ninguém, para receber os amigos”, revela Alencar. “São três, quatro dias de festa e em nosso último aniversári­o havia 5 mil pessoas acampadas lá dentro”, complement­a.

Mas nem só de festas, encontros e viagens vivem os membros do Kamikazes, que também realiza ações sociais. Todos os anos o moto clube faz entre uma e duas doações de sangue; em todos os eventos é solicitado às pessoas que levem alimentos não-perecíveis e além disso, o grupo ajuda o Instituto Pipoquinha, instituiçã­o que auxilia famílias carentes da cidade.

“O pessoal pensa que somos todos drogados e muito loucos, mas não é nada disso; todos trabalhamo­s, temos nossas responsabi­lidades e nossas famílias”, encerra Alencar.

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Humberto e o irmão, Ligeirinho, estão à frente dos Kamikazes
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