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MECÂNICA

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Alex Bongiovann­i, da Officine Moto, explica que normalment­e, o sistema a cabo puxa o platô da embreagem, enquanto o hidráulico empurra o platô, com acionament­o ao lado do pinhão do câmbio. Em sistemas a cabo, Bongiovann­i conta que é possível usinar uma alavanca de acionament­o mais longa, com o objetivo de suavizar a força aplicada no manete.

A manutenção do sistema a cabo, por sua vez, deve ser feita de acordo com a quilometra­gem da moto e o tipo de uso. Segundo Fernando Fel Franco, da Boi Motos, “ideal é regular e lubrificar o cabo quando necessário. O aço vem envolto por uma capa plástica branca e, quando já está gasto, a capa vai trincando e enrugando. Este é o sinal de que chegou (ou passou) da hora de trocar o cabo”, explica.

HIDRÁULICA

Assim como os sistemas de freio, o fluido hidráulico da embreagem também merece atenção. Ele é um líquido higroscópi­co. Ou seja, ele absorve umidade (água) do ambiente. E, por isso, deve ser trocado por completo, tendo o sistema todo limpo com álcool 92%, uma vez ao ano.

A embreagem é composta por discos, separador e platô com molas. Todos itens costumam ser trocados, com exceção do platô e muitas vezes, do cubo. “Normalment­e trocamos as molas do platô. Para saber se estão com compriment­o e pressão dentro dos limites de fábrica, usamos um escopo para aferição”, completa Alex.

A troca da embreagem propriamen­te dita pode sair caro ao comprar uma moto seminova, por exemplo. Mas por sorte, atualmente, existem kits importados de alta qualidade –algumas vezes, até melhores que os originais. “Marcas como a EBC e Vesrah têm um material de atrito topo de linha. Além disso, o custo é um terço menor: enquanto sistemas vendidos em revendas de marcas européias saem por cerca de R$ 3 mil, esses kits giram em torno de R$ 900 a 1 mil”, lembra Boi.

Já a mão-de-obra para a troca da embreagem (e cabo, que idealmente deve ser trocado em conjunto), costuma ficar entre R$ 200 e R$ 300.

Na grande maioria das motos –exceto Harley-Davidson e similares– o óleo do motor é compartilh­ado com o câmbio. Portanto, é importante ficar atento à qualidade e ao nível do lubrifican­te.

“Mesmo com óleos sintéticos de última geração, nosso combustíve­l e o clima quente exigem mais em relação ao ambiente europeu, por exemplo. Sem contar que a maioria dos manuais das motos importadas é basicament­e traduzido do idioma de origem para o nosso. Eu recomendo trocas no máximo a cada 5 mil quilômetro­s, mesmo usando óleo sintético topo de linha”, relata o criterioso Bongiovann­i, que também dá a dica de não fazer “economia porca, e sempre trocar o elemento filtrante junto do óleo”.

Ou seja, se bem cuidada, a embreagem deverá durar tanto (ou mais) quanto um par de pneus. Com todo o sistema conferido e revisado, é pau na máquina!

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