HONDA GOLD WING “BAGGER”: PRAZER TOTAL
Mais leve e ágil, mas dotada do precioso motor 6 cilindros boxer, é uma delícia
AHonda Gold Wing tradicional é menos eletrônica que a irmã Tour, mas agrada enormemente aos mais convencionais pilotos, aqueles que gostam de trocar as marchas com o pé esquerdo e pilotar usando a força do freio-motor nas entradas e saídas de curva. A versão que vem sendo informalmente chamada de bagger, por causa dos alforjes laterais –dispensa o top case, presente apenas na versão Tour– tem câmbio convencional de seis marchas, de engates macios e precisos. Aqui na Redação, preferimos o câmbio manual ao “automático”, embora a tecnologia empregada no DCT seja fantástica, engenharia de verdade. A transmissão final de ambas é por eixo cardã, livre de trancos, ruídos e com intervalos de manutenção bem espaçados, certamente apenas preventiva.
As demais características técnicas de motor e de chassi são idênticas às da versão Tour apresentada nesta edição e seria desnecessário repeti-las aqui.
A GL 1800 é a única japonesa respeitada pelos famigerados Hell Angels, o mais sinistro motoclube do mundo. Se aparecer montado em algo que não seja Harley-Davidson ou Indian, prepare-se para confusão. Com a única exceção da Gold Wing. Nesse caso, quanto mais velha, melhor…
LEVE E ÁGIL
A Gold Wing “bagger” é bem mais leve e maneável que a Tour e mais adequada para uso também urbano, sem o top case. Pouco visada por meliantes, apesar do alto valor de compra, admite uso diário mesmo nos grandes centros.
A motocicleta inspira muita confiança e, mesmo não sendo dotada de toda a parafernália eletrônica da irmã, tem mais do que o suficiente para o conforto de piloto e passageiro, mesmo em viagens bem longas.
O banco traseiro é bastante confortável e a minha garupa fiel não reclamou uma só vez, mesmo depois de uma longa viagem de muitas horas.
A suspensão proporciona alta qualidade de condução, maior controle e precisão nas curvas, atuando efetivamente de forma separada da direção e da frenagem, e transmitindo muita segurança ao atacar curvas em quaisquer situações, seja de baixa ou alta velocidade.
A geometria do chassi de alumínio de dupla trave foi pensada exatamente para atuar com a nova suspensão dianteira e por isso a nova Gold Wing é mais ágil e tem maior estabilidade em todas as condições. A suspensão regulável eletronicamente tem quatro opções: só piloto; piloto e bagagem; piloto e garupa; piloto, garupa e bagagem, através de comandos no punho esquerdo.
Mesmo sem o câmbio automatizado pela dupla embreagem, esta versão STD oferece a opção de marcha a ré, elétrica. O acelerador eletrônico tem também quatro modos de pilotagem: Tour, Rain, Sport e Econ, alterando não só as respostas ao acelerador, mas também as suspensões.
O sistema de freios é combinado, com ABS distribuindo a frenagem nas duas rodas de acordo com o modo de pilotagem escolhido. Na dianteira, discos de 320 mm fazem parceria com pinças de seis pistões contrapostos e na traseira um único disco é mordido por pinça de três pistões.
O painel tem dois mostradores analógicos e tela TFT colorida de 7 polegadas com todas as informações dos sistemas de áudio, navegação, controle de tração, modos de pilotagem, regulagens de suspensão e piloto automático.
Há também porta USB e conexão Bluetooth para agregar o celular, Android ou iPhone. O para-brisa tem acionamento elétrico através de botão no punho esquerdo e protege bem de chuva e vento. A Gold Wing custa R$ 145.237,00 (posto DF) nesta versão STD, mais o frete.