BMW X2 vs. Volvo XC40
Dois SUVs premium compactos mostram como carros aparentemente iguais podem ser muito diferentes
Eles chegaram ao mercado praticamente ao mesmo tempo. E chamam a atenção. Não houve um dia sequer sem ninguém virar o pescoço para identificar quais eram os carros. Estamos falando do Volvo XC40 e do BMW X2, avaliados nas versões R-Design (R$ 214.950) e sDrive20i M Sport X (R$ 245.950), respectivamente, ambas topo de linha. Mas cada modelo exibe um apelo diferente, seguindo o DNA das marcas. O XC40 tem desenho elegante, com faróis com a característica linha “T” batizada de “Martelo de Thor”. As lanternas traseiras também são estilizadas, mas a cereja do bolo é o teto em preto de série na versão R-Design. Já o X2 é mais ousado, com um toque de esportivo. Ele possui dianteira invocada e saída dupla de escape. Contudo, o que chama a atenção é o logotipo na coluna C, uma homenagem aos esportivos da BMW no passado. Visualmente, ele parece um hatch “bombado”. Não é SUV nem tenta ser cupê como o X4 e o X6.
Os dois modelos têm motor 2.0 turbo a gasolina com injeção direta e sistema start/stop. O Volvo desenvolve 255 cv e 35,7 kgfm a partir de 1.800 rpm, enquanto o X2 entrega 192 cv e 28,5 kgfm a 1.350 rpm. Vale a pena citar que o BMW possui um ronco mais encorpado ao dar a partida. A relação peso/potência é de 6,8 kg/cv no XC40 e de 8,3 kg/cv no X2, embora este seja 140 kg mais leve. A transmissão é automática de oito marchas no Volvo e automatizada de sete com dupla embreagem no BMW. Nem a tração é igual: integral no primeiro e dianteira no X2.
Na prática, o XC40 é melhor em desempenho. Ele é mais progressivo e controlado, o que não é ruim. É um carro bem “na mão”, ainda mais com a tração integral. Porém, ao mesmo tempo, há muitos méritos no X2, que é bem prazeroso
de guiar e entrega um comportamento mais dinâmico. As acelerações são mais intensas, fruto do torque máximo disponível um pouco antes e do turbo com dupla voluta, que reduz bastante o lag (tempo para o turbo encher). É um hatch quanto à dirigibilidade. Indo a 120 km/h, os dois rodam em torno das 2.000 rpm, o que representa um nível de silêncio incrível.
No BMW há os modos de condução Eco Pro, Comfort e Sport, enquanto no Volvo eles são Eco, Comfort, Dynamic, Individual e – seu diferencial – Off-Road, mexendo também nos parâmetros do controle de estabilidade. Todos alteram respostas de direção, câmbio, aceleração e suspensão. Aliás, a suspensão é mais confortável no XC40, mais macia, ainda que sofra interferência das rodas de 20 polegadas. Ao passar por ondulações no asfalto, o trabalho é primoroso, mas em buracos os ocupantes sentem o impacto. Já no X2 o acerto é firme, passando um pouco mais para a cabine as imperfeições do piso. E os pneus run flat só aumentam essa sensação. A estabilidade em ambos é muito boa, com pouca rolagem da carroceria. Outra vantagem do Volvo é o sistema de condução semi-autônoma com frenagem automática, alerta de mudança de faixa, piloto automático adaptativo e sistema que mantém o carro na trajetória até 130 km/h.