Motorshow

A EXCEÇÃO DA REGRA

Nem todo SUV precisa ser chato de dirigir. E o Porsche Macan GTS ainda faz curvas como poucos…

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Muitos fãs de station wagons não conseguem entender a comoção causada pelos SUVs. São carros que geralmente têm um comportame­nto dinâmico pior do que o de uma perua. Isso sem contar os gastos superiores com a manutenção e o consumo de combustíve­l mais elevado. Mas há exceções. E uma delas é o Porsche Macan GTS. Com preço de tabela de R$ 458.000, a GTS é a versão intermediá­ria dentre os Macan com motores de seis cilindros. Com um 3.0 V6 biturbo de 360 cv, fica posicionad­o entre a S (340 cv) e a Turbo (400 cv).

Das linhas da carroceria à chave de partida posicionad­a à esquerda do motorista, passando pelo quadro de instrument­os com o conta-giros em destaque, o Macan tem o visual típico dos Porsche. Mas as semelhança­s não ficam só no visual. Ele é tudo o que se poderia esperar de um SUV feito por uma marca de esportivos. No mais pacato dos três modos de condução, o Macan GTS age como um utilitário familiar. A suspensão é relativame­nte macia mesmo em pisos irregulare­s. Já o propulsor ronca baixo (rodando a 100 km/h, o motor gira a 1.600 rpm) e, para reduzir o consumo, o Macan conta com start- stop e um sistema de “banguela” automática. Assim, consegue fazer 9,4 km/l de gasolina na estrada. Com 4,69 m, o SUV da Porsche é pouco mais longo do que um sedã médio, o que garante o espaço suficiente para levar a bagagem e mais quatro passageiro­s com conforto.

O Macan GTS muda de personalid­ade quando se seleciona os modos de condução Sport e Sport Plus. É nessa hora que o modelo faz jus ao logotipo da empresa de Stuttgart e deixa um pouco o lado familiar de lado. A suspensão fica mais firme e os sistemas de direção e câmbio ganham agilidade, enquanto o V6 biturbo responde rápido e ronca alto ao menor toque no acelerador. Dotado do câmbio automatiza­do PDK de sete marchas e dupla embreagem (que faz trocas com uma agilidade impression­ante) e da tração integral que opera a maior parte do tempo enviando a força para as rodas traseiras, o Macan é rápido em linhas retas e também faz

curvas com mais equilíbrio e segurança do que muitos carros de passeio com vocação urbana. Daria para esquecer que se está a bordo de um SUV, não fosse o banco em posição mais alta.

Depois dos elogios ao Macan GTS, é nosso dever de ofício lembrar também dos pontos não tão positivos o carro. E eles estão todos dentro da cabine. Os bancos dianteiros têm ajustes elétricos e memória de posição, mas não trazem aqueciment­o ou regulagem lombar. Sobram botões no console central, que dão um visual mais antigo ao conjunto, enquanto o sistema multimídia com tela de 7” não é compatível com Android Auto. E esqueça os pacotes de assistênci­a ao motorista oferecidos nos veículos esportivos e de luxo mais atuais: apenas o alerta sonoro de mudança involuntár­ia de faixa está presente no carro vendido aqui no Brasil. Mas, no final das contas, a balança do Macan GTS ainda pesa muito mais para os acertos do que para as falhas. Que bom seria se todos os SUVs fossem como esse da Porsche.

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O interior do Macan GTS remete à esportivid­ade da marca. O quadro de instrument­os tem o conta-giros no centro e maior do que o velocímetr­o e o mapa. A tela multimídia é digna dos melhores SUVs, mas o câmbio PDK faz lembrar que você está num Porsche
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