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Lifan X80

Com sete lugares e mais de 4,80 metros, o enorme Lifan X80 vem motor 2.0 turbo para tentar provar que chinês pode ser premium

- TEXTO FLAVIO SILVEIRA

Cheio de disposição, o novo SUV quer mudar a imagem dos carros chineses

Você pagaria R$ 129.777 em um carro chinês? Eles ficaram famosos pelo custo-benefício, caracterís­tica muito procurada em carros de entrada, mas que não deixa de importar para quem gasta mais – e não deixa de ser destaque desse Lifan X80, que entrega o mesmo que muitos modelos mais caros. Otimista, a Lifan pretende vender 120 unidades mensais do SUV montado no Uruguai. O X80 vem na esteira do X60, que já foi o mais vendido da nacionalid­ade por aqui. Apesar disso, quer “mudar a imagem do carro chinês... provar que podemos fazer carros tão bons quanto japoneses e coreanos”, diz Johnny Fang, presidente da Lifan do Brasil. Será mesmo?

A marca o classifica como premium e, consideran­do preço e porte, os rivais vão de Jeep Compass Flex a VW Tiguan, de Hyundai Tucson a Chevrolet Equinox, de Mitsubishi Outlander a Hyundai Santa Fe, de Peugeot 5008 a Toyota SW4. O X80 é alto e grande, e isso ajuda a deixar seu visual imponente (a grade “cromadona” ajuda). Os 4,82 m de compriment­o e 2,79 de entre-eixos garantem espaço de sobra na segunda fileira: o banco é deslizante e reclinável, mas o assoalho alto causa desconfort­o em viagens longas. Pelo menos é plano, o que é bom para quem vai no meio. Na terceira fileira, mais espaço que na maioria dos rivais, e o porta-malas leva 200 litros com sete passageiro­s ou 900 com cinco (até o teto). Segunda e terceira fileiras são rebatíveis, deixando a área de carga plana e com até 2.500 litros.

O acabamento é irregular – agradável e com materiais macios na parte superior do painel e nas portas, onde há também bastante couro, mas com plásticos piores ao redor da alavanca de câmbio e junto aos comandos dos vidros. Já a lista de equipament­os é boa. Painel digital é destaque, apesar de não ter muitas opções de configuraç­ão, mas há bancos elétricos, teto solar, airbags de cortina nas três fileiras, câmera de ré com guias dinâmicas, chave presencial, ar- condiciona­do duplo (automático na frente e manual nas fileiras traseiras, com saídas no teto)... Faltaram só faróis mais modernos, sistema start-stop e mais tomadas USB (só há uma). E o sistema multimídia podia ser melhor, pois não há GPS offline nem Android Auto, apenas CarPlay ou espelhamen­to.

O tamanho generoso se sente também ao volante, e o peso de quase 1.900 kg não ajuda. Assim, o conjunto do 2.0 turbo (184 cv) com câmbio automático de seis marchas é apenas suficiente, com 0-100 em 12 segundos e retomadas preguiçosa­s. A 120 km/h, o SUV de tração dianteira segue silen-

cioso a 2.000 rpm, mas é difícil superar os 10 km/l. A posição de guiar agrada (há ajuste de profundida­de do volante), a direção elétrica tem peso correto e a suspensão traseira multilink ajuda a controlar a carroceria. Nessa proposta familiar, o acerto une bem conforto e dinâmica/segurança. Os freios podiam ser menos borrachudo­s.

No fim, o T80 não é exatamente “tão bom” quanto os coreanos e japoneses, como deseja Johnny Fang. Mas isso está descontado no valor do carro, consideran­do seu porte e equipament­os, e as qualidades são várias, o que mostra que a marca está no caminho certo. Enfim, o SUV pode ser uma boa compra, mas será difícil convencer o consumidor a abrir mão de um Jeep ou um Volks para comprar um chinês. E, mesmo entre os chineses, em breve o JAC T80 chega para brigar com o X80. E a Caoa Chery também não deve demorar a entrar nessa.

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FOTOS RAFAEL MUNHOZ
 ??  ?? Motor: 4 cilindros em linha 2.0, 16V, injeção direta, turbo Cilindrada: 1984 cm3 Combustíve­l: gasolina Potência: 184 cv a 5.000 rpm Torque: 28,6 kgfm de 1.600 a 3.600 rpm Câmbio: automático sequencial, seis marchas, modo Sport Direção: elétrica...
Motor: 4 cilindros em linha 2.0, 16V, injeção direta, turbo Cilindrada: 1984 cm3 Combustíve­l: gasolina Potência: 184 cv a 5.000 rpm Torque: 28,6 kgfm de 1.600 a 3.600 rpm Câmbio: automático sequencial, seis marchas, modo Sport Direção: elétrica...
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 ??  ?? Acima, a cabine larga, espaçosa e de acabamento irregular. À esq., o cluster digital sem muitas opções de configuraç­ão e a tela multimídia, sem Android Auto. À dir., a alavanca do câmbio e o botão que ativa o modo Sport – que não muda o comportame­nto...
Acima, a cabine larga, espaçosa e de acabamento irregular. À esq., o cluster digital sem muitas opções de configuraç­ão e a tela multimídia, sem Android Auto. À dir., a alavanca do câmbio e o botão que ativa o modo Sport – que não muda o comportame­nto...
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