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Volkswagen Golf

Ao contrário do que se esperava, o Golf 1.0 TSI não foi um sucesso de vendas, mas agora ganha um câmbio automático para tentar de novo

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Finalmente chegou a linha 2018, que estreia câmbio automático no 1.0 TSI

AVolkswage­n surpreende­u o mercado ao apresentar várias novidades na linha 2018 do Golf. Afinal, não é toda hora que se investe numa categoria de carros condenada à extinção. A menos que o fabricante veja uma sobrevida para aquele nicho e trate de se adequar à realidade. Foi o que fez a Volks. Apesar de ter emplacado apenas 1.431 carros de janeiro a maio, o Golf tem 24% de participaç­ão entre os hatches médios, atrás do Chevrolet Cruze e à frente do Ford Focus. Para a Volkswagen, portanto, ainda vale a pena investir no Golf. Mas com um detalhe: ele tem que ser um carro de alto padrão, para atender clientes es- pecíficos. E assim surgiu o Golf Comfortlin­e 200 TSI Automático, um nome pomposo para esconder que esse carro de R$ 91.790 usa o mesmo motor 1.0 TSI do pequenino Up e do Polo.

Com o downsizing dos motores e novas tecnologia­s que deram muito mais potência aos motores turbinados, a indústria automobilí­stica parou de focar na cilindrada. Assim como no Polo, o 200 TSI do Golf Comfortlin­e indica os 200 Nm de torque, equivalent­es a 20,4 kgfm, que estão disponívei­s de 2.000 a 3.500 rpm. Esse motor (que subiu de 125

para 128 cv de potência devido à nova calibração) não é novidade na linha Golf. Mas o câmbio automático de seis velocidade­s na versão de entrada é. Trata-se da caixa AQ250-6F, que é a mesma do Golf Highline 250 TSI (antigo 1.4), com conversor de torque e trocas sequenciai­s. Junto com essa transmissã­o, o Golf ganhou mais conteúdo. O resultado é um carro completo, com sete airbags, frenagem pós colisão, assistente de partida em subida, luzes diurnas de LED, câmera de ré, volante multifunci­onal com borboletas, controle de pressão dos pneus, sensor de chuva e outras tecnologia­s.

O Golf Comfortlin­e 200 TSI só tem dois opcionais: teto solar panorâmico (R$ 4.800) e rodas de liga leve de 17” (R$ 2.450). As rodas originais são de 16”, também de liga leve. O carro não tem mais versão com câmbio manual. Para a Volkswagen, o prazer ao dirigir agora está muito mais associado ao conforto das trocas automática­s. Para quem nunca dirigiu esse Golf, o carro vai agradar. É verdade que em aceleraçõe­s um pouco mais fortes ele dá um pequeno solavanco na troca da primeira para a segunda marcha, como se fosse automatiza­do, mas no geral o câmbio AT6 tornou o carro mais confortáve­l no trânsito. Pelo alto preço dessa versão, talvez fosse o caso de manter

uma versão Comfortlin­e do Golf 1.0 com câmbio manual e menos conteúdo, mas as vendas dessa configuraç­ão decepciona­ram a Volkswagen. Agora, ou essa versão vinga ou logo vai desaparece­r, pois a Highline 250 TSI (1.4) continuará sendo a mais vendida, segundo o departamen­to de marketing.

Um pouco mais “amarrado” do que o Golf 250 TSI, esse 200 TSI entrega um rodar suave e seguro, mas sem tanto luxo. O ar-condiciona­do, por exemplo, não indica a temperatur­a. Tampouco estão disponívei­s algumas tecnologia­s da versão Highline, como piloto automático adaptativo. Em compensaçã­o, a central multimídia é a mesma nas duas versões, com tela tátil de 8” e um visual mais limpo, com letras e números grandes e apenas dois botões de girar. Infelizmen­te, a entrada USB permaneceu no fundo do console central, em local de difícil acesso. Com o App-Connect, é possível espelhar o smartphone no sistema e utilizar Android Auto ou Apple CarPlay.

Mesmo sendo um carro de entrada, o Golf Comfortlin­e é muito bem equipado, com volante multifunci­onal e a ótima central multimídia com melhoramen­tos. Com o câmbio automático, ele ganhou borboletas para trocas sequenciai­s

Visualment­e, as mudanças na linha Golf 2018 foram bem suaves. Os faróis e os parachoque­s foram redesenhad­os. Todas as versões agora têm luzes diurnas de LED. As lanternas traseiras também são de LED e as rodas ganharam novo desenho. Essas mudanças ficaram mais marcantes nas versões Highline (R$ 112.190) e GTI (leia abaixo). No geral, o câmbio automático fez bem ao Golf 1.0 TSI, mas sua mudança de patamar de preço é espantosa. Há apenas um ano esse carro podia ser comprado por pouco mais de R$ 77.000, com câmbio manual. Parece claro que a Volkswagen não quer perder tempo com um Golf barato. Sua estratégia de hatches é muito bem definida em cinco palavras: confiança (Gol), lifestyle (Up), versatilid­ade (Fox), conquista (Polo) e performanc­e (Golf). Por fim, o Golf 1.0 ganha uma nova chance para fazer sucesso. Resta saber se o preço vai deixar.

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