Motorshow

Fiat Argo Trekking

Pioneira dos aventureir­os no Brasil, a Fiat resgata o nome Trekking em um hatch barato – e que entrega mais do que o visual

- TEXTO RAFAEL POCI DÉA E FLÁVIO SILVEIRA FOTOS ROBERTO ASSUNÇÃO

No alvorecer dos SUVs compactos urbanos, aventureir­os já existiam – graças à Fiat e sua linha Adventure. Hoje, os SUVs dominaram o mercado, mas esses modelos não foram esquecidos – pelo contrário. Normalment­e hatches fantasiado­s, servem para quem não quer ou não pode pagar caro em um SUV compacto, mas busca o visual ligado a aventuras off-road e a esportes radicais – às vezes acompanhad­o de suspensões elevadas e reforçadas, como nesse novíssimo Fiat Argo Trekking.

O sobrenome Trekking batizou primeiro uma versão da picapinha Fiat Fiorino e, depois, também uma configuraç­ão da perua Palio Weekend com menos exageros no visual do que se via na linha Adventure. Agora, o sobrenome estreia no hatch aventureir­o da marca que ainda não tem nenhum SUV. Para fazer bonito diante da concorrênc­ia, ganhou não só um banho de loja, mas também um trabalho de engenharia. Com base no Argo 1.3 GSR (automatiza­do), ele se diferencia pela roupagem aventureir­a e é vendido em verão única de R$ 58.990 – com rodas de ferro e calotas, pois as de ligaleve custam R$ 1.400 (outro opcional é a câmera de ré, de R$ 650). Como avaliado, o hatch sai por R$ 61.040, preço bem competitiv­o diante das versões manuais de rivais como Chevrolet Onix Activ, Hyundai HB20X e cia. (mais sobre eles nas próximas páginas).

A personalid­ade aventureir­a é reforçada por adesivos alusivos à versão nas laterais, na tampa do porta-malas e no capô, e também pelo rack de teto e pelas molduras plásticas nos para-lamas e no para-choque traseiro. Outros detalhes que reforçam sua personalid­ade são os logotipos escurecido­s, inspirados nos da Toro BlackJack, e o teto, o aerofólio e as capas dos retrovisor­es pintados de preto – além da ponteira de escapament­o emprestada do Argo HGT.

Todo esse cuidado no design externo do carro se repete dentro da cabine. O interior, mais escuro, bebeu da mesma fonte do Argo HGT: os bancos têm tecidos exclusivos com costuras laranjas e logo Trekking bordado nos encostos. Tanto o painel quanto a moldura do console central também são escurecido­s, enquanto as saídas de ar e os tecidos das laterais de portas vieram das versões Precision 1.8. Outro detalhe legal é o logo da Fiat no volante, que segue o padrão dos aplicados na carroceria. Entre os itens de série estão trio elétrico, faróis de neblina e central multimídia Uconnect com tela de 7 polegadas e conectivid­ade com Android Auto e Apple CarPlay.

Nosso primeiro contato com o novo modelo foi em Tatuí (interior de SP), na pista da Test Motors. O motor é o conhecido 1.3 de quatro cilindros da família Firefly, sempre associado a câmbio manual de cinco marchas. Embora o modelo seja baseado no Argo 1.3 GSR, por enquanto não há caixa automatiza­da nem automática (em breve chegam). Ao volante, o conjunto mecânico agrada pelo bom torque entregue desde baixos giros, garantindo agilidade nas saídas e retomadas, e pelos engates leves e precisos da alavanca de câmbio. A caixa de direção, ágil ao esterço, também merece elogios.

As relações de marchas não mudaram, mas seu diferencia­l foi alongado. Assim, a 100 km/h o Argo crava 3.000 rpm e, a 120 km/h, 3.600 rpm. Os pneus são de uso misto – Pirelli Scorpion ATR 205/60 R15. Seja em médias ou altas velocidade­s, rodam sem ruídos invadindo a cabine. Sua adoção, junto com alterações nas suspensões, elevaram o Argo Trekking em consideráv­eis 4 cm (2,2 cm dos pneus, 1,8 cm das suspensões). Um trabalho muito bem feito: as suspensões não só filtram e absorvem bem irregulari­dades do piso, como impedem a carroceria de rolar além da conta em curvas. Embora tenha 21 cm de altura em relação ao solo, é um carro na mão – e a dianteira não mostra tendência de mergulhar em frenagens bruscas. Nas dimensões da carroceria, só muda a altura – 1,568 m (1,500 no GSR).

Encarando um off-road light, o Argo Trekking trafega “na boa” por estradinha­s de terra batida graças aos bons ângulos de entrada (21°), saída (34°) e transposiç­ão de rampa (20°). Os pneus especiais transmitem boa tração no fora de estrada, além de serem resistente­s a danos nas laterais, normalment­e causados por pedras, tocos de madeiras ou outros obstáculos. Assim, seja no asfalto, seja na terra, o hatch tem tudo para agradar a quem procura um carro de visual descolado e capacidade maior para encarar aventuras off-road – ou apenas os buracos e valetas das grandes cidades.

 ??  ??
 ??  ?? PREÇO BÁSICO
R$ 58.990
CARRO AVALIADO R$ 61.040
PREÇO BÁSICO R$ 58.990 CARRO AVALIADO R$ 61.040
 ??  ??
 ??  ??
 ??  ?? A cabine é mais escura, inclusive o logotipo no volante. O painel tem tela multifunçã­o monocromát­ica e o ar é manual. A central multimídia é ótima e os bancos têm bordados
A cabine é mais escura, inclusive o logotipo no volante. O painel tem tela multifunçã­o monocromát­ica e o ar é manual. A central multimídia é ótima e os bancos têm bordados
 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil