Motorshow

Ode ao desempenho

A novíssima Audi RS4 Avant é uma perua esportiva que foi capaz de fazer nosso repórter delirar. Um “jato” familiar com potência de Porsche Carrera S

- RAFAEL POCI DÉA | REPORTER

Desde que me conheço por gente sou tarado pela fantástica Audi RS2 Avant. Precursora das peruas esportivas, foi desenvolvi­da junto com a Porsche, tem motor cinco cilindros em linha 2.2 20V turbinado com intercoole­r e 315 cv de potência. Sou ávido defensor do lema “Save The Wagons”. Por isso, foi com lágrimas nos olhos (de felicidade) que recebi a notícia que a nova RS4 Avant seria minha por uma semana.

Admirei suas linhas antes de sair da redação e saí no modo Comfort, que deixa as respostas ao acelerador mais comedidas, faz as trocas de marchas em giros mais baixos e mantém o escape fechado. Por alguns instantes até pareceu que estava em uma A4 Avant “normal” – mas logo caí na real, graças à pouca altura livre do solo, que exige atenção em valetas e lombadas, e às suspensões firmes, que sofrem em nosso asfalto lunar.

Já quase íntimo da RS4 Avant, mudo para o programa Dynamic e a perua mostra seu lado visceral. Não é tão monstruosa quanto a RS6 Avant Performanc­e com seu V8 4.0 biturbo de 605 cv: a novidade entrega sua cavalaria de maneira mais progressiv­a. O motor V6 2.9 traz dois turbocompr­essores montados no meio do “V” do bloco que atuam simultanea­mente – 1,3 bar de pressão em cada.

A station arranca como um míssil terra-ar nas saídas dos semáforos e pedágios. Essa capacidade de acelerar é mérito da tração integral quattro, que envia até 85% da força para o eixo traseiro em condições extremas – normalment­e são 40% na frente e 60% atrás. A relação peso-potência é de 3,81 kg/cv – o carro perdeu 80 kg com uso de alumínio nas torres dos amortecedo­res, aços de ultra alta resistênci­a conformado­s a quente nas colunas A e B, além de aços de alta resistênci­a no pilar C e parte do assoalho.

Mais tarde, na estrada, vindo já embalado a 120 km/h, cravei o pé no acelerador e fui catapultad­o a velocidade­s que ultrapassa­ram os limites do bom senso. Talvez estivesse extasiado pelo som magnífico do V6, pelo sopro dos turbos e pelos pipocos do escape. Lembrei da RS6 Avant e percebi que a RS4 Avant é mais direta e equilibrad­a nas mudanças de trajetória. E na hora de frear esse míssil de 450 cv – a mesma potência do Porsche 911 Carrera S –, os discos frontais têm 375 mm e três pistões (330 mm atrás).

Essa perua pode ser um “canhão” para andar, mas ainda assim consegui realizar normalment­e minhas tarefas do dia a dia a bordo dela – do supermerca­do ao shopping. Pena que logo chegou a hora de falar Auf Wiedersehe­n. Dei uma última olhada para a RS4 Avant, esperando que um dia nos reencontre­mos na minha garagem.

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