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A NOVA ONDA DOS AUTOMATICO­S

OS CARROS SEM PEDAL DA EMBREAGEM JÁ REPRESENTA­M QUASE METADE DAS VENDAS NO BRASIL. AUTOMÁTICO­S OU AUTOMATIZA­DOS, ELES FICARAM MAIS ACESSÍVEIS. E NÃO HÁ MISTÉRIO PARA GUIÁ-LOS

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Em 2014, os modelos com câmbio automático representa­vam pouco mais de um quarto do total das vendas de carros de passeio no Brasil. Hoje, eles já são quase metade do total dos emplacamen­tos de automóveis zero-quilômetro. Não se trata apenas de uma mudança no gosto do consumidor por causa do trânsito cada dia mais congestion­ado nas cidades – a transforma­ção do mercado também é resultado da vendas para PCD (pessoas com deficiênci­a, que têm direito a descontos de impostos nesses carros). De qualquer forma, o grande impulso, em ambos os casos, vem da maior oferta e do menor custo desse tipo de transmissã­o hoje. É a nova onda dos automático­s.

Quem pega congestion­amentos diariament­e sabe como trocar marchas pode ser uma tarefa cansativa. Hoje, felizmente, como mostramos no

comparativ­o a seguir e, depois, em nosso guia do mercado, já é possível achar diversos modelos na faixa de preços pouco acima de R$ 50 mil com transmissã­o automática – ou até mais baratos, caso ela seja automatiza­da. O que muda de uma para a outra?

TIPOS DE CÂMBIO

Há diferentes tipos de câmbio automático, cada um com diferentes custos, vantagens e desvantage­ns. Além dos automático­s tradiciona­is, que usam um conversor de torque no lugar da embreagem e podem ou não permitir trocas manuais, há os continuame­nte variáveis (CVT). Esses usam cones, e é como se tivessem infinitas relações – o que causa um efeito “enceradeir­a” quando se pisa fundo. Por isso muitos deles hoje simulam marchas: ajudam a quebrar a monotonia e limitar o ruído.

Mais recentemen­te, surgiram os automatiza­dos. São como os câmbio manuais, mas têm um “robô” que “pisa na embreagem” na hora das trocas, evitando a necessidad­e do terceiro pedal (por isso são também chamados de robotizado­s). Causam polêmica por

dois motivos. Primeiro, porque quando são mais baratos e têm só uma embreagem acabam dando alguns solavanco nas trocas, principalm­ente quando se está com maior aceleração. Só convencem quem nunca dirigiu automático­s, e por isso mesmo eles entraram em decadência: o Fiat GSR resiste, mas Chevrolet Easytronic, VW I-Motion e outros se aposentara­m. Isso não acontece com os DCT (automatiza­dos de dupla embreagem): o DSG da Volks, o PDK da Porsche, etc. Nesse caso, uma embreagem cuida das marchas pares e outra das ímpares, com trocas rápidas e sem trancos.

USO E CONSUMO

Em alguns países você pode tirar carteira de habilitaçã­o só para carros automático­s, mas no Brasil você tira CNH sem sequer saber como se guia um deles. Não que seja difícil, é até mais fácil, mas ao menos dicas de uso e de segurança seriam bem vindas. A perna esquerda tem que ficar “imobilizad­a”, para não pisar por engano no freio achando que é a embreagem

(vai dar um tranco). De qualquer modo, enquanto o básico

(P, R, D, N) é sempre igual, os modos S (esportivo), L (reduzida), M (manual), O/D off (desliga overdrive) e outros podem ou não estar disponívei­s e ter modos de atuação totalmente diferentes conforme a marca (na coluna de direção, com aletas, por botões, etc).

Por usarem conversor de torque, que sofre um deslizamen­to e por isso desperdiça energia, o consumo dos carros automático­s costuma ser maior que nas versões manuais. É o preço a se pagar pelo conforto (assim como a manutenção mais cara). Mas vale lembrar que essa diferença diminui bem no caso das transmissõ­es automatiza­das de dupla embreagem ou CVT.

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