COMO ANDA O MERCADO DE LUXO
Em meio a um cenário brasileiro de desconfiança, o segmento de automóveis premium encontra o seu público
Oclima de incertezas sobre a economia e o cenário político brasileiro é visto com grande preocupação. Em rota oposta, segundo a consultoria Bain & Company, o mercado de luxo cresceu 5% no ano passado, com faturamento de 1,2 bilhão entre serviços e produtos. Um segmento composto, principalmente pela Classe A, formada por pessoas com renda mensal superior a 15 salários mínimos, de acordo com o IBGE.
Essa parte da população vive em um mundo à parte, consumindo roupas de grifes, joias e automóveis premium. O último levantamento da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores) apontou que, de janeiro a maio, a BMW totalizou 4.669 unidades licenciadas, comparticipação de 0,53% no mercado total. Com fábrica em Araquari (SC), seu modelo mais comercializado feitos no Brasil é o X1– que teve 418 unidades emplacadas no quinto mês deste ano e um total de 1.534 carros licenciados nos primeiros cinco meses. A marca também participa do mercado de motocicletas, com sua divisão Motorrad, que se sai até melhor que a de automóveis, com 0,85% de participação.
Também com producão em solo brasileiro, a Mercedes-Benz soma 4.109 veículos vendidos no mesmo período (0,46% de participação). Entre os modelos mais comercializados estão o Classe C (1.044 unidades) e o SUV GLA (1.100) – ambos feitos na fábrica de Iracemápolis (SP).
Outra alemã com operações locais é a Audi, mas ela deixou de produzir o Q3 em São José dos Pinhais (PR) no início da ano. O principal motivo está na chegada da nova geração, importada, que estreia este ano. As vendas do Q3 atual seguem até acabarem os estoques. Outro Audi, o A3 Sedan, também dará adeus à atual geração até 2021 (somou 1.191 unidades licenciadas neste ano). A Audi tem 0,38% de participação no mercado brasileiro.
Outra marca que agrada às classes privilegiadas é a Land Rover, cuja fábrica de Itatiaia (RJ) é responsável atualmente pela fabricação dos SUVs Evoque e Discovery Sport. O primeiro troca de geração neste ano – e deve continuar sendo fabricado no Brasil. Já o Discovery Sport teve 1.105 veículos vendidos. Embora não tenha fábrica em terras tupiniquins, a Volvo tem participação de 0,33% em nosso mercado Ou seja, a Volvo está à frente da Land Rover (que tem 0,26%). Dois modelos são responsáveis pelo desempenho do fabricante sueco: XC40 e o XC60, que somam 1.029 e 1.220 unidades licenciadas, respectivamente.
Mas não só de utilitários esportivos vive o mercado: entre os esportivos, destaque para o Ford Mustang (180 unidades no quadrimestre), seguido do rival Chevrolet Camaro (76), do Porsche 718 Boxster (133) e do BMW M2 (42).