Ford Ranger
A Ford aproveitou a reestilização da Ranger para deixar sua picape média com um rodar mais confortável e mais parecido com o dos carros de passeio
A picape aposenta o motor flex e ganha equipamentos e dirigibilidade de SUV.
AFord Ranger mudou, embora você tenha que prestar bastante atenção para perceber isso. O tapa no visual foi bastante discreto: há apenas novas grade frontal (com o mesmo formato externo, mas um novo elemento central), para-choques e faróis (xenônio e DRL em LED na Limited), além de rodas com novo acabamento e mudanças nos materiais usados no revestimento da cabine. Porém as principais novidades da linha 2020 dessa picape média fabricada na Argentina você não vai notar com os olhos – já que a marca aproveitou para fazer também algumas importantes alterações mecânicas.
As suspensões foram recalibradas e modificadas. Na dianteira há novos coxins, barra estabilizadora redesenhada e novas molas e amortecedores, enquanto na traseira a novidade é a nova calibração do conjunto. As alterações permitiram baixar de 35 para 30 libras a pressão mínima dos pneus. E a versão flex não existe mais. A configuração XLS usa o motor 2.2 turbodiesel de 160 cv, que pode ser combinada ao câmbio manual ou ao automático, ambos de seis marchas (apenas com tração 4x2). Já as versões XLT e Limited usam o 3.2 turbodiesel de 200 cv, sempre com câmbio automático e tração 4x4.
A Ford mexeu também nos equipamentos: a versão intermediária XLT ganhou bancos de couro, monitor de pressão dos pneus e sensor crepuscular. Já a Limited, que já trazia piloto automático adaptativo, ganhou frenagem automática de emergência e chave presencial. Outra novidade – em toda a linha – é a tampa da caçamba com assistência de
abertura e fechamento, com um novo sistema que utiliza uma mola de torção para reduzir em 70% o peso na movimentação da peça. Na prática, isso significa que é possível fechar a tampa facilmente usando apenas a força dos dedos.
Nosso primeiro contato com a nova Ranger foi na Argentina, em um percurso de 130 quilômetros na região de Mendoza. A versão top Limited, que já atraía pelos equipamentos, agora se destaca também pelo comportamento dinâmico próximo do visto nos SUVs. Macia, porém sem ser molenga, permite trafegar por pisos irregulares a mais de 60 km/h sem trancos ou oscilações excessivas da carroceria. No asfalto, agradam o silêncio de rodagem e o acerto da direção elétrica. O motor 3.2 garante desempenho condizente com a proposta, mas que não chega a impressionar nas acelerações e retomadas. Vale destacar o funcionamento suave do câmbio automático de seis marchas.
Por dentro, muitas semelhanças com o sedã de luxo Fusion. Os bancos dianteiros são bastante confortáveis, mas atrás o encosto é muito vertical e o assoalho, muito alto