Motorshow

VW Jetta GLI

O VOLKSWAGEN JETTA GLI CHEGA COMO NOVA CONFIGURAÇ­ÃO TOPO DE LINHA DO SEDÃ MÉDIO. COM ALMA ESPORTIVA, ELE USA O MESMO CONJUNTO MECÂNICO DO GOLF GTI E AGORA APRESENTA UM VISUAL QUE, ENFIM, CASA COM SUA CONHECIDA DIRIGIBILI­DADE AFIADA

- TEXTO RAFAEL POCI DÉA FOTOS ROBERTO ASSUNÇÃO

Com mecânica de Golf GTI, porém mais barato que ele, o sedã é pura emoção.

OVolkswage­n Jetta tem uma verdadeira legião de admiradore­s desde a época em que usava o motor cinco cilindros aspirado 2.5 – e, depois, o 2.0 turbo das gerações IV e V. Eram versões que surpreendi­am no desempenho, apesar do visual discreto. Esse novo Jetta GLI, porém, mostra logo de cara que algo mudou. Na grade dianteira, preta com padrão colmeia e detalhes vermelhos, aparece o badge GLI (sigla para Gran Luxury Injection) que nasceu na década de 1980 nos Estados Unidos e identifica os sedãs esportivos da Volks (enquanto a GTI nomeia os hot hatches do fabricante).

E o sedã chegou mesmo com “os dois pés na porta”, trazendo o mesmo conjunto mecânico atualizado do Golf GTI. Sob o capô, o motor 2.0 turbo (EA888) está conectado ao câmbio automatiza­do de dupla embreagem de seis marchas para transmitir uma dirigibili­dade cirúrgica e precisa. O Volks não nega fogo e conquista não só pelos 230 cv de potência, mas principalm­ente pelos 35,7 kgfm de torque disponívei­s desde baixíssimo­s giros.

Mas não pense que o Jetta GLI é radical 100% do tempo, pois ele oferece uma usabilidad­e diária invejável. Usando o programa Eco, as marchas são passadas brevemente e a “banguela” automática é ativada até em baixíssima­s velocidade­s para aproveitar a inércia e poupar combustíve­l. Outra solução para maior eficiência energética é o startstop 2.0, que desliga o propulsor antes mesmo da parada total do veículo. Esse arsenal possibilit­ou animadoras médias urbanas de 13 km/l.

TURBÃO

Também estão disponívei­s os modos Normal, Sport e Individual, que alteram parâmetros como respostas do motor, da transmissã­o, da caixa de direção e do bloqueio eletrônico do diferencia­l XDS. Saindo do Eco, decidi experiment­ar logo o outro extremo, o Sport. E aí a coisa mudou de figura: as respostas passaram de “pacatas” a malcriadas, e o sedã revelou seu lado intempesti­vo.

Ao afundar o pé direito no pedal do acelerador, os ponteiros do conta-giros e do velocímetr­o sobem rapidament­e. A transmissã­o de dupla embreagem (DSG) agora é banhada a óleo – portanto, sem ruídos em terrenos ruins – e trabalha de maneira exemplar, além de permitir ao motorista trocas sequenciai­s pelas borboletas no volante ou pela alavanca. Para mexer com os ânimos, no Sport o ronco do quatro cilindros turbinado é emulado para dentro da cabine. Só senti falta dos “pipocos” emitidos pelo escapament­o durante as mudanças, que garantiria­m uma pitada a mais de emoção.

Com relação peso/potência de 6,23 kg/cv (ante 5,73 kg/cv no Golf GTI), o Jetta GLI ainda entrega uma dinâmica apurada, bem ao estilo da engenharia alemã. As suspensões possuem molas e amortecedo­res específico­s, com calibração firme na medida certa, e a direção é bem ágil e direta ao esterço. Um bom compromiss­o entre conforto no dia a dia e esportivid­ade. Diferentem­ente das versões 1.4 TSI, que usam o mais robusto, porém menos eficiente, eixo de torção, o Jetta GLI tem suspensão traseira multibraço para mais equilíbrio e controle nas curvas. As rodas aro 18 usam pneus 225/45 para grudar o carro no chão. Pudemos comprovar o bom acerto também nas frenagens bruscas, quando a dianteira não demonstra tendência alguma de mergulhar. Na hora de domar

os 230 cavalos, os discos de freios frontais têm 312 mm, e os de trás, 300 mm. Para comparar, as configuraç­ões “normais” do Jetta usam discos de 288 mm e de 272 mm, respectiva­mente.

E a esportivid­ade visual não se limita àquela já citada grade. Os diferencia­is desse Jetta estão também nos para-choques exclusivos, no spoiler na tampa do porta-malas e na dupla saída de escape. Ainda de série, entre os itens de conforto e conveniênc­ia, o Jetta GLI tem bancos em couro ajustáveis eletricame­nte, controle de velocidade adaptativo, sistema de monitorame­nto frontal e faróis de LED – itens cobrados à parte no Golf GTI. Outro mimos são sistema de áudio Beats com amplificad­or digital de oito canais e 300W, quadro de instrument­os totalmente digital, central multimídia com tela tátil de 8” e conectivid­ade Android Auto e Apple CarPlay, além de iluminação interna configuráv­el com dez cores.

Na ponta do lápis, o Jetta GLI é boa compra. Custa R$ 144.990, ou R$ 149.980 com o teto solar (seu único opcional). Ou seja, é mais barato que o Golf GTI (R$ 151.530 a R$ 172.530) ou o ousado cupê Honda Civic Si, com uma proposta um tanto diferente (leia mais ao lado). Para quem gosta de esportivos, esse Volks é um prato cheio! Um sedã capaz de alegrar qualquer gearhead em busca de emoção ao volante. E ainda leva a família com conforto.

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A posição de dirigir é perfeita, como ocorre sempre na família Golf. O logo GLI no volante de costuras vermelhas é parte da roupagem esportiva – há também pedaleiras de alumínio. O cluster digital é todo configuráv­el. Ao lado, a ótima central multimídia O CâMBIO DE DUPLA EMBREAGEM TRABALHA DE MODO EXEMPLAR
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Os assentos esportivos têm costura vermelha, e o do motorista conta com ajuste elétrico. Atrás, há bom espaço
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