Motorshow

Reparo de para-brisas

Problema bastante comum, as trincas no para-brisa podem ser reparadas. Mas para isso é preciso seguir algumas regras básicas

- TEXTO RAFAEL POCI DéA

Calma, aquela lasca no para-brisa pode ser consertada. Saiba como fazê-lo.

Ninguém está livre de sofrer avarias no seu veículo. Riscos, amassados ou até mesmo trincas ocasionada­s por pedras ou pedriscos são algumas das “marcas de guerra” do uso cotidiano de um carro. O que nem todos sabem é que, no caso dos vidros danificado­s, muitas vezes é possível evitar a troca, fazendo o reparo em empresas especializ­adas. Mas há algumas restrições, que são determinad­as por lei.

Os vidros laterais dos carros são quase sempre temperados, o que impede seu reparo. Já o parabrisa é de vidro laminado, que utiliza camadas de resina ou de plástico polivinil butiral (PVB), produto derivado do petróleo. Esses materiais fazem com que ele estilhace ao invés de quebrar em pedaços maiores, que poderiam machucar os ocupantes. Por isso, só o para-brisa pode ser consertado. Uma curiosidad­e: a cola que fixa os vidros na carroceria é produzida à base de

poliuretan­o, exatamente o mesmo material que é empregado também na fabricação de almofadas e colchões.

Quando ocorre uma trinca no para-brisas, o vidro perde parte de sua resistênci­a. Mas não há motivo para desespero: “Dependendo do tipo e do tamanho da trinca, ele pode ser reparado”, explica Milton Bissoli, diretor comercial da Carglass. De acordo com a Resolução Nº 216 do Contran (Conselho Nacional de Trânsito), em caminhões ônibus não pode haver mais do que três danos no para-brisa, cada um com trincas de até 20 centímetro­s de compriment­o. Nos demais veículos, a regra é de no máximo dois danos reparados no para-brisa, cada um de até dez centímetro­s de compriment­o e com configuraç­ão circular não superior a quatro centímetro­s de diâmetro.

Contudo, trincas situadas na área crítica de visão do condutor ou na faixa periférica de 2,5 centímetro­s de largura das bordas externas não podem ser recuperada­s.“Por isso, quando ocorre o dano, é recomendad­o colocar um adesivo no local para evitar a entrada de sujeira e procurar o mais rápido possível um serviço especializ­ado”, orienta Bissoli. Isso reduz as chances de a trinca se alastrar, dificultan­do o reparo. “O reparo é sempre a primeira opção, tanto pelo custo quanto pela questão ambiental”, explica o especialis­ta. Como os para- brisas usam plástico polivinil butiral nos para-brisas, é inviável reciclá-los).

O conserto leva cerca de 30 minutos e é feito com uma máquina de vácuo que aspira a poeira e a umidade. Depois é aplicada uma resina, e a secagem é feita com o uso de raios ultraviole­ta. Os preços do reparo ficam na faixa de R$ 130 por trinca. Porém, no caso de veículos blindados, por questões de segurança, a recomendaç­ão é sempre substituir a peça. E lembre-se: trafegar com o para-brisa trincado fora das especifica­ções do Contran é uma infração grave, com multa de R$ 195,23, cinco pontos na CNH e possível retenção do veículo para regulariza­ção.

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A resina aplicada sobre a trinca preenche a area danificada no para-brisa. Após a secagem é realizada com o uso de raios ultraviole­ta. No total, o conserto leva cerca de 30 minutos
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Um funcionári­o trabalha no reparo: o para-brisa não pode ser reparado quando há trincas na área de visão do motorista ou na faixa periférica de 2,5 cm de largura das bordas externas

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