Vale a Pena?
O Chevrolet Trailblazer V6 tem boa combinação de preço, potência, espaço e valentia off-road. Mas vale investir em um SUV “raiz” a gasolina?
Após uma semana usando o Trailblazer diariamente, meu filho Mathias, 7, decidiu que poderia ser nosso próximo carro. Mais que dos “bancos no porta-malas” (os dois assentos extras), ele gostou mesmo foi de se sentir “por cima” no trânsito. Como gostam muitos motoristas. E de fato o Trailblazer, por ser um SUV montado sobre chassi, é sensivelmente mais alto que os “SUVs de shopping” e sua proposta mais urbana.
Já eu, minha esposa e principalmente a pequena Stella, 2, gostamos do enorme espaço interno, da partida remota (o ar-condicionado já vai gelando o carro antes mesmo de você chegar) e da central multimídia bem amigável. Mas não gostamos de pular tanto – parte inevitável da receita “raiz”, mesmo com uso de suspensão multilink atrás no lugar do eixo rígido (da picape S10 da qual deriva). Além disso, se o bom porte ajuda a se impor no trânsito, o SUV é grande demais para as garagens apertadas, as vagas curtas e as faixas estreitas de São Paulo (algumas o sistema de alerta de mudança de faixa nem lê).
O motor 3.6 V6 tem potência e torque similares aos do 2.0 turbo do “irmão nutella” Equinox (SUV mais moderno, com base de automóvel). Com 279 cv e 35,7 kgfm, garante desempenho impressionante para um carro de mais de duas toneladas, com 0-100 km/h em 7s6. Mas é melhor acelerar nas retas, pois a dinâmica em curvas ainda é ruim, apesar de ter melhorado. E, claro, o consumo é alto – não passei de 5 km/l na cidade e 9,5 km/l na estrada (porém o Toyota SW4 Flex tem 114 cv a menos e bebe quase o mesmo).
Na linha 2020 há apenas a versão mais cara, cujo nome mudou de TLZ para Premier. É o único SUV sobre chassi do mercado que combina motor a gasolina e tração 4x4 com reduzida para trilhas pesadas – e isso com preço de SUVs médios top. Os equivalentes a diesel são mais caros: o próprio Trailblazer Premier 2.8 CTDI custa R$ 42 mil a mais e não é tão mais econômico (rodando 1.500 km/mês, 55% cidade e 45% estrada, seriam necessários 14 anos para “compensar” a diferença (preços de SP). Tempo demais. Além disso, esse V6 é bem mais esperto, liso e silencioso.
Como ando mais na cidade que na estrada e não preciso tanto assim de sete lugares ou da capacidade off-road, por esse valor, para continuar entre os SUVs, a compra mais racional seria mesmo um RAV4 Hibrido… ( leia matéria de capa) Porém gosto de SUV raiz, e já disse aqui que compraria um Toyota SW4 a diesel, pelo produto em si. Mas esse Trailblazer tem um preço muito mais atraente. Confesso que ficaria bastante tentado por ele. Pelo pacote como um todo, uma oferta sem igual.