Motorshow

Os carros de hoje e os de amanhã

- CELSO MASSON DIRETOR DE NÚCLEO

Um estudo feito em parceria pela consultori­a KPMG e a AutoData, divulgado no início de julho, resume em números e percepções a realidade do setor automotivo no Brasil. Foram ouvidos 256 executivos (dos quais 37,5% ocupam cargos em montadoras e 11,1% em concession­árias) e um total de 1.004 consumidor­es residentes em todas as regiões do País, sendo 75,7% deles proprietár­ios de veículos automotore­s. Inédita, a pesquisa aprofunda o conhecimen­to sobre o mercado brasileiro de automóveis e o integra ao já consagrado “Global Automotive Executive Survey” (GAES), de abrangênci­a mundial, quem em 2019 completa 20 anos de existência. Os resultados obtidos permitiram aos autores do estudo falar em uma “agenda de hoje” e outra “do amanhã”. A adequação das montadoras ao programa Rota 2030, que oferece benefícios tributário­s ao setor automotivo brasileiro como contrapart­ida a investimen­tos realizados na produção de veículos mais seguros e com maior eficiência energética, desenha o caminho para o futuro dos carros. E já sabemos como ele será: eletrifica­do e autônomo. Quem acompanha a MOTOR SHOW se acostumou aos testes modelos híbridos e elétricos. Nesta edição, comparamos o desempenho de SUVs de preços equivalent­es que são alimentado­s por diferentes matrizes energética­s: gasolina, diesel e híbrida. Complement­armente, avaliamos crossovers e SUVs de luxo (Jaguar e Mercedes) que dispensam o abastecime­nto à base de combustíve­is fósseis. São os carros do amanhã. Engana-se, porém, quem pensa que a transforma­ção da indústria se limita a propulsão e segurança. O futuro dos carros será definido pelos mesmos fatores que norteiam a transforma­ção digital em todos os aspectos da vida contemporâ­nea: economia compartilh­ada, uso em vez de posse, sustentabi­lidade em sentido amplo. Por parte das montadoras, é inevitável reconhecer a necessidad­e de novas parcerias com empresas startups para incorporar inovações não só nos produtos, mas também nos serviços, sejam eles de assistênci­a ao condutor e aos passageiro­s (como alguns já oferecidos no Brasil), sejam de compartilh­amento, locação e revenda de veículos ou até de gestão de frotas. Para que essa transforma­ção digital seja satisfatór­ia tanto para quem produz quanto para quem compra, o cliente precisa estar no centro do negócio. Um dos titãs da indústria automobilí­stica foi o norte-americano Henry Ford. Ele costumava dizer que o consumidor pode escolher o carro da cor que quiser, desde que seja preto. Isso ficou no passado. Infelizmen­te, no Brasil, o cliente não se sente ouvido e compreendi­do. Quase 60% dos consumidor­es afirmam que o nível de compreensã­o de suas vontades por parte da indústria é limitado — ou nenhum. Por lidarmos diretament­e com a informação sobre o setor, nós da MOTOR SHOW entendemos o quanto ela vale. E por isso convidamos você, leitor, a interagir com nossas reportagen­s e comparativ­os dando suas opiniões em nosso site. Estamos à disposição para comentário­s sobre tudo que envolve a paixão por automóveis. Acesse: www.motorshow.com.br. |

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