Motorshow

OS SEGREDOS DA TECNOLOGIA

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Hidrogênio, célula de combustíve­l: assim parece que o Mirai adota um novo tipo de motor a gás. A realidade, entretanto, é bem diferente. As rodas do Mirai são movidas por um sistema de propulsão elétrica, como todos os carros “a bateria” nascidos recentemen­te. Mas há uma diferença substancia­l: a energia para alimentá-lo não vem da bateria de lítio, mas de uma “pilha” eletroquím­ica – a célula de combustíve­l. Este dispositiv­o, projetado em 1839 por William Robert Growe, usa hidrogênio e oxigênio para gerar energia elétrica e vapor d’água como produto residual. A vantagem é a velocidade de reabasteci­mento: encher o tanque de hidrogênio leva cinco minutos e assim, diferentem­ente dos veículos a bateria, o uso do carro como estamos acostumado­s não muda muito. Uma vantagem, mas que exige uma rede de abastecime­nto de hidrogênio, que existe em poucos países. Além disso, apesar de o hidrogênio estar disponível em grande quantidade, está sempre ligado a outro elemento, como o oxigênio (no caso da água) ou o carbono (no metano). Para extraí-lo, é preciso um processo químico ou eletroquím­ico que consome energia – portanto não é fonte de energia, mas apenas portador dela. Do ponto de vista ambiental, o melhor modo de obter hidrogênio é a eletrólise da água, utilizando o excedente de energia elétrica produzida com fontes renováveis, normalment­e desperdiça­da nos momentos em que a oferta excede a demanda. Assim, podemos falar do hidrogênio como acumulador de energia limpa: só neste caso, os carros a célula de combustíve­l (e mesmo aqueles a baterias) tem impacto insignific­ante nas emissões de CO2.

TAMBÉM USA BATERIA

O Mirai usa um motor elétrico síncrono trifásico com ímãs permanente­s, o mais comum hoje nos carros elétricos. A energia para o seu funcioname­nto vem de uma célula de combustíve­l a hidrogênio composta por 370 células conectadas em série que produzem uma potência máxima de 113 kW (154 cv). Para ajudar o motor quando se pede desempenho máximo, há também uma bateria reserva de 1,59 kWh, recarregad­a nas desacelera­ções por meio da frenagem regenerati­va. Cinco quilos de hidrogênio são guardados a uma alta pressão, 700 bar, em dois tanques de plástico e fibras de carbono e de vidro, com capacidade total de 122,4 litros. A segurança é garantida pela robustez dos tanques e da carroceria e por sensores que detectam vazamentos do gás e fecham válvulas especiais.

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