Motorshow

Hyundai HB20

O modelo que chegou ao Brasil elevando o nível do segmento agora chega à segunda geração e adota um novo motor turbo com injeção direta

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Lançado em 2012, o Hyundai HB20 fez uma revolução no segmento dos hatches compactos, trazendo uma combinação da carroceria de belas linhas com uma lista de equipament­os completa desde a versão de entrada. Mas os anos passaram e o revolucion­ário, mesmo que ainda bom de loja, já não impression­ava tanto. Era preciso mudar, e então o compacto mudou. Embora a marca coreana se esforce para dizer que o novo HB20 é realmente novo, o que a montadora fez, na realidade, foi um retrabalho bem pesado sobre o compacto de primeira geração. E isso está longe de ser uma má notícia.

A nova geração manteve as qualidades do pioneiro e ganhou novos pontos positivos. A carroceria ganhou um percentual maior de aços de alta resistênci­a – subiu de 19% para 30% – e ficou 4 cm mais larga, 2 cm mais longa e ganhou 3 cm a mais no entre-eixos. Mesmo que nas fotos o desenho não tenha cativado muita gente, ao vivo o resultado agrada mais. O espaço na cabine melhorou pouco: não desagrada, nem impression­a. Inclusive o porta-malas segue com os mesmos 300 litros de capacidade. Fica dentro do padrão atual do segmento de compactos, assim como os materiais de acabamento, com plásticos e materiais que são um repeteco da atual geração. A posição de dirigir ainda é um dos pontos fortes, mas o ambiente ficou bem mais atual com a adoção do novo painel, que traz central multimídia com tela do tipo flutuante (embora com os mesmos grafismos do “antigo” HB20). Dependendo da versão, o comprador pode levar ainda um quadro de instrument­os que combina o conta-giros analógico com uma tela digital (monocromát­ica), e o interior preto ou marrom.

Na lista de equipament­os, fica a impressão de que a Hyundai poderia ter ousado mais, como fez no design. Desde a versão de entrada, a Sense 1.0, o HB20 sai de fábrica com isofix, ar-condiciona­do, vidros dianteiros elétricos e banco do motorista com ajuste de altura e sistema de som com comandos no volante. Bom conteúdo, mas fazem falta alguns diferencia­is que já começam a se tornar mais comuns entre os compactos: airbags laterais (presentes desde a versão de entrada do VW Polo e até no subcompact­o Renault Kwid), por exemplo, estão disponívei­s apenas a partir da configuraç­ão Launch Edition (R$ 69.990) e não vêm acompanhad­as das bolsas infláveis de cortina.

Somente o topo de linha Diamond Plus (R$ 77.990) tem o pacote tecnológic­o com alerta de mudança involuntár­ia de faixa e (pela primeira vez no segmento) frenagem automática de emergência. E, mesmo nessa versão mais cara, o ar-condiciona­do, embora com comandos digitais, deixou de ter o controle automático de temperatur­a.

AO VOLANTE

Onde o novo HB20 mais mudou em comparação com o modelo antigo foi na mecânica. As versões 1.0 aspiradas mantiveram o motor atual de 75/80 cv (gasolina), enquanto o propulsor 1.6 com 16V ganhou duplo comando variável e agora desenvolve ótimos 130 cv com etanol

(2 cv a mais do que o antigo). Mas só as configuraç­ões Diamond e Diamond Plus que trazem o novo 1.0 turbo de três cilindros e injeção direta. Apesar dos 10 cv a menos do que o 1.6, o propulsor turbindado leva vantagem no torque, de 17,5 kgfm a 1.500 rpm (ante os 16,5 kgfm a 4.500 rpm do 1.6). Este motor está sempre combinado ao câmbio automático de seis marchas.

Pudemos avaliar o novo HB20 1.0 turbo por estradas com asfalto irregular e trechos urbanos de baixa velocidade, entre as cidades baianas de Una e Canavieira­s. O conjunto nos surpreende­u pelo funcioname­nto suave e pelas respostas rápidas ao acelerador abaixo das 2.000 rpm. Mesmo em retomadas de velocidade, é possível abrir mão das trocas de marcha sequenciai­s, que podem ser feitas tanto pela alavanca quanto pelas borboletas atrás do volante (uma raridade no segmento).

Já o restante do carro ganhou um comportame­nto mais condizente com o novo conjunto de motor e câmbio. A direção hidráulica deu lugar a um conjunto com assistênci­a elétrica, que é mais leve em manobras e mais preciso em altas velocidade­s. Já os freios são eficientes, e o conjunto de suspensão, recalibrad­o, ganhou um acerto mais equilibrad­o, que consegue conciliar estabilida­de em curvas e conforto. E dá fim de curso apenas ao passar por ondulações mais extremas e em altas velocidade­s.

O isolamento acústico filtra bem o ruído do motor, mas, em asfalto irregular, é possível ouvir o barulho de rodagem dos pneus no asfalto. Já os faróis poderiam iluminar melhor o caminho: enfrentamo­s trechos noturnos sob garoa e tivemos que recorrer, em alguns momentos, aos faróis de neblina. Algo surpreende­nte em se tratando de um conjunto com luzes do tipo projetor, que teoricamen­te são mais eficientes que os faróis com refletores convencion­ais. Um detalhe negativo em um ótimo carro.

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 ??  ?? Na primeira geração, o design era um destaques: agradou a quase todo mundo. No segundo, um excesso de ousadia gerou muitas críticas nas redes sociais
Na primeira geração, o design era um destaques: agradou a quase todo mundo. No segundo, um excesso de ousadia gerou muitas críticas nas redes sociais
 ??  ?? As lanternas são uns pontos mais polêmicos do design externo. Abaixo, o modelo antigo para comparação
As lanternas são uns pontos mais polêmicos do design externo. Abaixo, o modelo antigo para comparação
 ??  ?? O interior ganhou tela flutuante. Abaixo, o novo quadro de instrument­os, parcialmen­te digital, o botão de partida e uma das aletas para trocas manuais de marcha no volante
O interior ganhou tela flutuante. Abaixo, o novo quadro de instrument­os, parcialmen­te digital, o botão de partida e uma das aletas para trocas manuais de marcha no volante
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 ??  ?? Ao lado, os comandos do ar-condiciona­do, que, apesar do indicador digital, não é automático (antes era), a central multimídia com imagem da câmera de ré e a alavanca do câmbio automático sequencial – com seis marchas e funcioname­nto suave
Ao lado, os comandos do ar-condiciona­do, que, apesar do indicador digital, não é automático (antes era), a central multimídia com imagem da câmera de ré e a alavanca do câmbio automático sequencial – com seis marchas e funcioname­nto suave
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