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Volvo S60

A Volvo completa a renovação total de sua linha com o S60, que aposta em sistemas semi-autônomos. Os rivais da Alemanha que se cuidem, ainda mais contra esta configuraç­ão topo de linha T8, eletrifica­da e com mais de 400 cv

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Sob comando chinês, a marca sueca ataca os alemães premium tradiciona­is

"Chegamos pra brigar de igual pra igual com os alemães”, anuncia Luis Rezende, presidente da Volvo Cars Brasil, nos boxes do Autódromo de Codegua, no Chile. Ele apresenta o novo Volvo S60, mais um capítulo da reação da marca sueca, que, à beira da falência, foi comprada pela chinesa Geely. Sob o comando dela, a Volvo se renovou totalmente, investindo em carros híbridos e um avançado sistema de direção semiautôno­ma.

“O S60 antigo não tinha as dimensões de que precisava. Este segmento é importante, 20% do mercado premium da América Latina”, explica Rezende. Quem fez o S60 crescer foi a plataforma SPA, mesma do SUV XC60. É moderna e eletrifica­da, e não por acaso a melhor versão para enfrentar Mercedes-Benz Classe C, BMW Série 3 e Audi A4 é a híbrida plug-in T8 avaliada. Já voltamos a ela.

O novo S60 está 12,6 cm mais longo, 5,3 cm mais baixo e com 9,6 cm extras no entre-eixos. Ficou mais esportivo, com capô mais longo e ombro esculpido. A linha de cintura é baixa, para iluminar a cabine (que ficou sensivelme­nte mais espaçosa; atrás há saídas de ventilação na coluna). Detalhes externos em preto brilhante e desenho dos parachoque­s diferencia­m este R-Design por fora. Já por dentro, além de mais equipado, o T8 tem alavanca de câmbio em cristal, bancos esportivos em couro (com ventilação no Inscriptio­n), ajuste elétrico do volante e mais. Em todas, o console central é alto e a cabine tem o tradiciona­l design clean nórdico; para quem conhece os SUVs da marca, não muda muito. São apenas dez botões no painel, o resto é controlado na telona central. Bonito, mas às vezes o motorista se distrai procurando comandos.

ACIDENTE ZERO

O bom é que, no caso de distrações do motorista, ao menos o risco de acidente é bem menor, graças a sistemas como o monitor de ponto cego, o assistente de faixa e a frenagem de emergência. Porém, o mais incrível deles é o Pilot Assist, que reúne estas funções e “assume” sozinho o volante em situações de trânsito ou na estrada. Ainda é preciso ficar atento, mas o sistema ajuda muito, principalm­ente em congestion­amentos: ele atua de zero a 130 km/h, mantendo o carro na faixa e velocidade escolhidos ou a uma distância segura do carro adiante, além de fazer curvas suaves.

São recursos que seguem a tradição de segurança da marca sueco-chinesa que produz o S60 na nova fábrica nos EUA para vender no Brasil. Além do T8, há as opções T4 Momentum (190 cv, R$ 195.950) e T5 Inscriptio­n (254 cv, R$ 224.950), e a esportiva Polestar, que chega depois. As primeiras equivalem aos alemães em potência, mas têm tração dianteira. Alguns veem como desvantage­m.

Mas os S60 compensam com este incrível sistema semi-autônomo disponível em todas as versões – ou seja, os S60 mais básicos custam o mesmo que os alemães, porém oferecem mais tecnologia.

CADA MOTOR NO SEU EIXO

Porém, sem dúvida, o maior salto deste novo Volvo em relação aos rivais está nesta versão T8 R-Design (de R$ 269.950). Enquanto o Mercedes C300 segue com o 2.0 turbo de 258 cv e a BMW perdeu a chance de lançar seu mais novo Série 3 já em versão híbrida, insistindo no 2.0 de mesma potência, o S60 T8 combina o 2.0 que é usado nas demais versões – mas que aqui, além do turbo, nele vem equipado com um compressor elétrico, resultando em excelentes 320 cv – com um motor elétrico traseiro de mais 87 cv. E as potências se somam, pois cada um move seu respectivo eixo.

Assim, são no total 407 cv e 65,3 kgfm, que levam este T8 de 0-100 km/h em infímos 4,4 segundos, enquanto os alemães do mesmo valor levam quase seis. E o S60 ainda pode rodar 42 quilômetro­s no modo 100% elétrico e fazer médias de 25 km/l na cidade no modo híbrido – foi o que marcamos na plana e congestion­ada Santiago do Chile, a caminho do autódromo. Já na estrada, reta e também plana, o consumo não impression­a tanto, mas a bateria estava esgotada (regenera pouco, a não ser na opção Charge, que usa o motor a gasolina para carregá-la). Ainda assim, fez ótimos 14 km/l.

Ao volante, esta mecânica faz com que a qualquer hora que se afunde o pé direito o S60 responda vigorosame­nte. O eixo traseiro entra no jogo conforme necessário, atuando, por exemplo, em aceleradas fortes e quando há perda de aderência dos pneus traseiros (você nem nota, mas ele está lá, mantendo a trajetória). Nas curvas, as suspensões, apesar da maciez e conforto, seguram o sedã na pista, e o banco esportivo com abas generosas, o motorista no assento. Pisando leve, por outro lado, conforto e silêncio na cabine impression­am.

Todos os T8 R-Design têm aletas para trocas sequenciai­s de marchas no volante – ainda bem, pois as feitas pela alavanca são para os lados, meio estranhas. O S60 pode não ter a dinâmica de um BMW, e sem dúvida a direção não é tão bem acertada como em um Mercedes, mas, com o que oferece de desempenho, consumo e design…

Este S60 T8 R-Design é tão legal que deve representa­r 25% das vendas do modelo, enquanto neste segmento as versões topo de linha dos rivais costumam representa­r não mais de 5% do total. Nas demais versões, o sistema semiautôno­mo e as outras qualidades podem não ser suficiente­s para convencer a levar o S60 em vez dos alemães. Mas este T8 é, sem dúvida, melhor do que os equivalent­es da Mercedes-Benz, BMW e Audi. A marca estima vender 100 carros por mês, todas as versões incluídas, mas o número deve ser maior.

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 ??  ?? A versão T8 tem o pacote visual R-Design, com para-choque, retrovisor­es e outros detalhes mais esportivos. Abaixo, o T4, mais barato, para comparação, e o T8 sendo carregado
A versão T8 tem o pacote visual R-Design, com para-choque, retrovisor­es e outros detalhes mais esportivos. Abaixo, o T4, mais barato, para comparação, e o T8 sendo carregado
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Volvo S60 T8 Inscriptio­n
Motores: a combustão quatro cilindros em linha 2.0, 16V, compressor volumétric­o e turbo, injeção direta, duplo comando variável + elétrico traseiro Cilindrada: 1969 cm3 Combustíve­l: gasolina e/ou bateria Potência: 407 cv a 5.700 rpm (320 cv no motor a combustão e 87 cv no motor elétrico) Torque: 65,3 kgfm de 2.200 a 5.400 rpm (40,8 kgfm no motor a combustão e 24,5 kgfm no motor elétrico) Câmbio: automático sequencial, oito marchas Direção: elétrica Suspensões: duplo A (d) e integral-link (t) Freios: disco ventilado (d) e disco sólido (t) Tração: integral (eAWD) Dimensões: 4,761 m (c), 1,850 m (l), 1,431 m (a) Entre-eixos: 2,872 m Pneus: 245/40 R19 Porta-malas: 442 litros Tanque: 60 litros Peso: 2.055 kg 0-100 km/h: 4s4 Velocidade máxima: 250 km/h (limitada) Consumo cidade: 21,3 km/l* Consumo estrada: 25,6 km/l* Nota do Inmetro: A Classifica­ção na categoria: A (Grande)
No banco traseiro há muito espaço, mas o túnel é alto (na foto, o interior preto das versões básicas). Já os bancos dianteiros do R-Design não são ventilados, mas têm desenho exclusivo e assentos com ajuste de compriment­o Volvo S60 T8 Inscriptio­n Motores: a combustão quatro cilindros em linha 2.0, 16V, compressor volumétric­o e turbo, injeção direta, duplo comando variável + elétrico traseiro Cilindrada: 1969 cm3 Combustíve­l: gasolina e/ou bateria Potência: 407 cv a 5.700 rpm (320 cv no motor a combustão e 87 cv no motor elétrico) Torque: 65,3 kgfm de 2.200 a 5.400 rpm (40,8 kgfm no motor a combustão e 24,5 kgfm no motor elétrico) Câmbio: automático sequencial, oito marchas Direção: elétrica Suspensões: duplo A (d) e integral-link (t) Freios: disco ventilado (d) e disco sólido (t) Tração: integral (eAWD) Dimensões: 4,761 m (c), 1,850 m (l), 1,431 m (a) Entre-eixos: 2,872 m Pneus: 245/40 R19 Porta-malas: 442 litros Tanque: 60 litros Peso: 2.055 kg 0-100 km/h: 4s4 Velocidade máxima: 250 km/h (limitada) Consumo cidade: 21,3 km/l* Consumo estrada: 25,6 km/l* Nota do Inmetro: A Classifica­ção na categoria: A (Grande)
 ??  ?? Abaixo, o painel digital e a tela central no modo Home. À direita, junto à alavanca de câmbio (que aqui será de cristal) os comandos de partida, modo de condução e freio de mão elétrico
A cabine é parecida com as dos SUVs da marca, com a grande tela central. O acabamento é ótimo, mas o ar -consiciona­do de quatro zonas não teremos no mercado brasileiro
Abaixo, o painel digital e a tela central no modo Home. À direita, junto à alavanca de câmbio (que aqui será de cristal) os comandos de partida, modo de condução e freio de mão elétrico A cabine é parecida com as dos SUVs da marca, com a grande tela central. O acabamento é ótimo, mas o ar -consiciona­do de quatro zonas não teremos no mercado brasileiro

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