Motorshow

Vale a Pena?

Equipado, seguro e espaçoso, mas esquecido pelo mercado, o VW Passat pode ser uma boa opção na faixa de R$ 160.000? Nosso repórter responde

- RAFAEL POCI DÉA | REPÓRTER

À época com apenas seis anos de idade, eu fiquei boquiabert­o ao ver um Passat pela primeira vez, na belíssima versão Pointer. Mal sabia que seria apenas o começo de uma longa história minha com o modelo da Volks. Passados alguns anos, já jornalista automotivo, experiment­ei o Passat “turbão” de um antigo chefe, e depois, os modelos das sexta e sétima gerações (2006-2009 e 2011-2014, respectiva­mente). Então tive que deixar de lado as emoções ao elaborar uma pesquisa sobre a relação custo-benefício do sedã executivo alemão.

Por R$ 164.620, ou R$ 172.490 com o teto solar, esse Passat é uma opção a modelos como Audi A4 Attraction (R$ 175.990), Mercedes-Benz C180 Avantgarde (R$ 179.900) e BMW 320i Sport (R$ 187.950). O Volks seduz principalm­ente pelos itens de série, com faróis full-LED inteligent­es, piloto automático adaptativo, frenagem automática de emergência, central multimídia de 9,2”, painel digital, modos de condução e ar-condiciona­do de três zonas.

Aproveitei também para compará-lo aos médios-grandes japoneses. Sem o teto solar e a pintura metálica, o Passat custa R$ 40.280 a menos que o Honda Accord (R$ 204.900) e é R$ 41.580 mais barato que o Camry ( R$ 206.200).

Praticamen­te um Renault Kwid de diferença. Mas o Volks é menor que o Accord (que tem 4,889 m de compriment­o e 2,839 m de entre-eixos) e ainda entrega menor potência. Então, será que o Passat não vale a pena?

Mas bastou assumir o volante para chegar a outra constataçã­o. O motor 2.0 turbo com injeção direta e indireta é o mesmo do Golf GTI, do Tiguan R-Line e do Jetta GLI e trabalha com a transmissã­o de dupla embreagem e seis marchas. A dirigibili­dade afiada aparece em qualquer faixa de rotação, e no modo Eco, ao tirar o pé do acelerador é engatado o “ponto morto eletrônico” para cooperar no consumo (fiz médias urbanas de 11,2 km/l).

As suspensões são mais firmes que as do Accord ou do Camry, mas tratam melhor os ocupantes frente aos carros da Audi e da Mercedes-Benz. O conjunto do Volks se enrijece no programa Sport, prejudican­do um pouco o conforto em pisos irregulare­s. Só não gostei do volante, igual ao de outros Volks, e da escotilha manual do teto solar.

Apesar de todas as qualidades do Passat Highline, que certamente vale o quanto custa, eu ainda compraria no lugar um Jetta GLI. A partir de R$ 144.990, ele vem com o mesmo 2.0 turbo, mas com 230 cv, e dimensões mais adequadas à minha vida. Além disso, o Passat mudou lá fora e, provavelme­nte, chega ao Brasil no próximo ano.

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