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Para se destacar na multidão

Agora nacionaliz­ado, o Mitsubishi Eclipse Cross é uma alternativ­a a ser levada em conta – se você conseguir viver com seu visual inusitado

- RAFAEL POCI DÉA | REPÓRTER

À época do lançamento do Mitsubishi Eclipse Cross, em 2018, um executivo revelou que a nacionaliz­ação do modelo não estava descartada. Eis que ela se confirmou: desde o fim do ano passado, o SUV-cupê é feito na planta da HPE, em Catalão (GO) – mesmo local onde são fabricados o SUV-crosssover ASX, a picape L200 Triton e o jipe Suzuki Jimny.

Eu vejo no Eclipse Cross uma opção para “fugir do lugar comum”, evitando modelos “pop” como Jeep Compass e cia. O visual pode ser controvers­o, mas eu, pelo menos, curti suas linhas inspiradas no conceito XR-PHEV. A traseira dividida, com dois setores de vidro, me remete aos modelos Citroën C4 VTR, Honda CR-Z e ao antigo Toyota Prius. Mas não concordo em batizá-lo de Eclipse – nome marcado por um dos esportivos mais animais dos anos 90 e 2000.

Feito sobre uma plataforma própria, o Mit tem medidas similares às do Jeep Compass. E o entre-eixos do Eclipse Cross é maior que o do rival (2,636 m), garantindo um bom espaço para quem viaja atrás. Também ajudam no bem-estar dos ocupantes os bancos dianteiros com apoios laterais pronunciad­os e aqueciment­o – enquanto o traseiro é deslizante e o encosto reclinável em oito posições.

Ainda falando de cabine, o head-up display projeta na tela de acrílico informaçõe­s importante­s, como a velocidade. O teto solar duplo panorâmico beneficia a sensação de amplitude interna e o sistema multimídia tem Android Auto/ Apple CarPlay. Mas a função one-touch dos vidros só está disponível para o vidro do motorista. Poxa, Mitsubishi!

Fiquei alguns dias com a versão de topo HPE- S SAWC, e achei divertido o desempenho do motor 1.5 turbo associado a câmbio continuame­nte variável (CVT). É um carro que “acorda” cedo e entrega respostas bem ágeis. As trocas sequenciai­s podem ser feitas tanto pela alavanca quanto pelas generosas borboletas, fixas, na coluna de direção – uma referência ao Lancer EVO X, um esportivo que desperta os meus pensamento­s mais impróprios.

Só achei a direção meio anestesiad­a, além de não muito direta. Já a calibração das suspensões fica na medida certa, e a tração integral reparte a força na ordem de 50/50 entre os eixos. Além disso, o SUV tem os modos de condução Auto, Snow (pisos escorregad­ios) e Gravel (cascalho).

Até considerar­ia a compra do Eclipse Cross. A gama é formada pelas configuraç­ões GLS (R$ 130.990), HPE ( R$ 145.990), HPE- S ( R$ 154.990) e HPE- S S- AWC (R$ 162.990). Mas acabaria escolhendo o Chevrolet Equinox Premier – um sleeper 2.0 turbo com 262 cv e 37 kgfm.

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