Motorshow

O melhor de todos

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As pessoas sempre me perguntam quem acho que foi o maior piloto de F1 de todos os tempos, e frequentem­ente sugerem que deveria responder “Ayrton Senna”. É extremamen­te difícil – talvez impossível – comparar pilotos em diferentes épocas, e exatamente por isso não gosto de fazer isso.

Meus heróis são caras como Tazio Nuvolari, o chamado “Mantuan voador” dos anos 1920 e 1930, que Ferdinand Porsche descreveu como “maior piloto do passado, do presente e do futuro”, e que dirigiu tão imperiosam­ente bólidos da Bugatti, Alfa Romeo, Maserati e Auto Union; Achille Varzi, grande amigo e rival de Nuvolari, que venceu mais de 30 corridas pelas mesmas quatro marcas durante o mesmo período.

Admiro pilotos como Rudolph Caracciola, que venceu o Campeonato Europeu de Pilotos (precursor do Campeonato de F1) pela MercedesBe­nz em 1935, 1937 e 1938; Bernd Rosemeyer, quase imbatível pela Auto Union na assustador­a Nurburgrin­g na década de 1930 – que certa vez venceu sob névoa espessa.

Não posso deixar de citar Juan Manuel Fangio, com 24 vitórias e cinco campeonato­s de F1 nos anos 1950, participan­do de apenas 51 provas. Nem Jim Clark, que levou dois campeonato­s e 25 grandes prêmios para a Lotus entre 1962 e 1968, mas terminou em segundo lugar em apenas um grande prêmio, uma homenagem numérica à incrível estratégia “tudo ou nada” dele e de meu futuro chefe na Lotus, Colin Chapman.

Também há Jackie Stewart, que venceu três campeonato­s e 27 GPs em 99 disputas, rival que mais estimei durante minha carreira na F1. E, claro, Michael Schumacher, que venceu 91 GPs e conquistou sete campeonato­s, obra-prima que pode ou não ser derrotada por Sebastian Vettel, que pode ficar entre estes melhores que selecionei aqui.

Sem dúvida, Ayrton está nesta lista – e talvez porque era brasileiro como eu, talvez por ser meu amigo, tenho prazer de nomeá-lo como, na minha opinião, o melhor de todos os tempos. Senna era inacredita­velmente bom. Ele é famoso pelo talento natural, e até por isso, sua ética de trabalho prodigiosa fosse subestimad­a.

Ele treinava assiduamen­te, e por isso era apto fisicament­e. Estudava detalhadam­ente os dados com os engenheiro­s e refletia muito sobre seu ofício. Sim, fora agraciado por Deus com uma habilidade sublime, mas sabia que isso, por si só, não seria suficiente. Então trabalhava seu talento, o aprimorava, e por isso uso o termo “ofício” para falar de como pilotava, em vez de “habilidade” ou “arte”.

Sim, ele era habilidoso. Sim, sua pilotagem era uma arte. Mas a razão pela qual foi tão bem-sucedido é que era um artesão dentro e fora do cockpit, não deixando pedra sobre pedra em seus esforços para melhorar. Ele sofreu para conquistar seu sucesso, não tenham dúvida disso.

Sim, ele fora agraciado por Deus com uma habilidade sublime, mas sabia que isso, por si só, ciente.” não seria sufi

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Para Emerson, muitos pilotos merecem destaque, mas Senna foi o melhor deles
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