JAC iEV20 Como anda o carro elétrico mais barato do Brasil? Vale a pena? Como é dirigi-lo?
Limpo, compacto e ágil, o JAC iEV20 chega perto de ser um carro urbano perfeito. É o elétrico mais barato do Brasil, mas não significa que seja barato. Vale a pena?
No ano passado, a JAC Motors lançou cinco veículos elétricos. O iEV20 é o mais barato deles, e também o mais barato do Brasil. Limpo, compacto e ágil, chega perto de ser o carro urbano perfeito. Afinal, na cidade, raramente passamos de 60 km/h. O iEV20 atinge essa velocidade em cinco segundos, silenciosamente e sem emitir gases na poluída atmosfera de cidades como São Paulo. A autonomia, para uso do carro em uma megalópole, também não é restrição. Muita gente roda horas ao volante para ir e voltar ao trabalho e etc., mas as distâncias são normalmente curtas. O iEV20 roda de 300 a 400 quilômetros com uma carga da bateria, mais que suficiente. Na semana de testes com o compacto, não gastei mais de 5% ao dia. Dá até pra carregar só na tomada comum (em nossos testes carregou mais ou menos 4% a cada hora; há carregadores rápidos de rua e opção de instalar um ponto desses em casa). Com suspensão altinha e estepe na traseira que dá cara de micro-SUV, o iEV20 encara bem valetas, lombadas, guias e outros obstáculos urbanos. Além disso, ele cabe em qualquer vaga e passa em todos os vãos, com muita agilidade em meio ao caos urbano.
Há opção de três modos de direção. O Eco é o mais indicado no cotidiano. O Sport deixa as respostas mais rápidas e dá um “gás” extra até 80 km/h, o Low aumenta o freio motor e deixa dirigir com um pedal como outros elétricos – aumentando a recuperação de energia e a autonomia (a última frenagem que deve ser “no disco”). A experiência ao volante, como em todo elétrico, é bem divertida. O iEV20 não foi Compra do Ano porque, adaptação do J2, não nasceu para ser elétrico, e isso aparece. Ele, por exemplo, não tem auxílio em rampas, e, como o motor elétrico demora um pouco a reagir, as partidas em subidas precisam da ajuda do freio de mão. E é mesmo só urbano: ainda que se use o Sport, vai até 80 ou 90 km/h bem, mas acima disso sofre. Não é pra ficar pegando estrada. As suspensões são meio moles para tentar ajudar a sensação de peso (das baterias), mas em buracos mais feios dão umas batidas secas. O multimídia é mais ou menos, e embora o acabamento seja razoável, o painel digital tem design estranho, o ar não é automático e faltam outros equipamentos que se esperaria nesta faixa de preço. Por fim, embora seja o elétrico mais barato, o iEV20 custa R$ 129.990. Pelo mesmo valor, você compra um SUV como o Compass, flex com 140 cv, ou, por R$ 400 a mais, um Toyota Corolla Hybrid – que faz 20 km/l na cidade e roda metade do tempo no modo elétrico. Os dois têm mais espaço e equipamentos, são de marcas tradicionais e não têm terem restrições de autonomia. Mas não são elétricos. Na cidade, como carro extra, o iEV20 é mais divertido e faz mais sentido.