Medidas exageradas e muita sofisticação com toques de cupê
O Audi Q8 é um SUV alemão sem medo de exagerar, com medidas típicas do mercado americano. É até difícil entrar em algumas garagens e circular por certas avenidas paulistas com o ele, de tão largo que é. Mas isso é parte de sua personalidade imponente, do tipo feito para chamar a atenção mesmo (inclusive o laranja do carro avaliado). As colunas D inclinadas fazem dele um SUV-cupê, nova moda do mercado. Não faz sentido, mas está vendendo bem.
Apesar de não ter um sistema híbrido como o do Volvo XC90, a mecânica do Q8 não decepciona quem diversão ao volante, mesmo que seja em um carro tão grande. O motor 3.0 V6 biturbo tem 340 cv e 51 kgfm, números que não são de esportivo, mas ainda assim o SUV com tração integral e câmbio ZF de oito marchas chega aos 100 km/h em 5s9. Dinamicamente, não é um esportivo, e nem pretende, mas, para sua proposta, entrega até mais que o necessário.
E entrega, acima de tudo, muito luxo e conforto: as suspensões a ar não são raras na categoria, mas neste Audi elas são incrivelmente bem ajustadas – em uma viagem por estradas de terra nas Chapada dos Guimarães ela nos conquistou de vez. O acabamento absolutamente intocável
da cabine, a beleza das telas e superfícies, o espaço amplo… o Q8 é daqueles carros no qual é difícil achar defeitos.
Este Audi enfrentou modelos de peso, como o Porsche Cayenne Coupé e os aclamados XC90 e o também incrível Range Rover Velar. Nenhum deles, porém, é tão descaradamente exagerado como este Audi, que anuncia seu gigantismo com a grade dianteira (faz parte de seu charme). É uma versão SUV-cupê do A8, flagship da marca.
Igualmente exageradas são as rodas aro 21, e a lista de opcionais inclui rodas traseiras esterçantes – para compensar o tamanho e melhorar a manobrabilidade, sistemas de visão noturna, farol alto automático, manutenção em faixa… só falta um modo semiautônomo. Mas esse ainda é o tipo de tecnologia mais útil em teoria que na prática. Sua ausência não tira o título, merecido, do Q8.