Motorshow

DO ESPAÇO

A segunda geração do Audi Q3 recebeu uma bela mudança no visual e novos itens de tecnologia, mas manteve só o motor 1.4. Uma boa opção?

- RAFAEL POCI DéA | REPóRTER

São diversos os engenheiro­s aeroespaci­ais nas equipes que trabalham nos túneis de vento. A contribuiç­ão dos modeladore­s também é fundamenta­l, pois refinam os detalhes das maquetes de argila para obter o melhor Cx

Ao longo de nove anos de MOTOR SHOW, avaliei muitos Audi Q3 de primeira geração, dos com motores 1.4 e 2.0 TFSI à variante esportiva RS Q3, que trazia um cinco cilindros 2.5 (EA855) de 340 cv e 45,9 kgfm. Agora, chegou ao Brasil sua segunda geração, bem melhorada.Se eu o compraria? Para começar, não tenho filhos e, atualmente, não me vejo como um dono de SUV. Mudarei de opinião após o test-drive? Logo veremos. Este novo Q3 trocou a base PQ35 pela MQB. Assim, cresceu no compriment­o, na largura e no entre-eixos (de 2,680 m), enquanto o porta-malas espichou 70 litros, chegando a 530. Nos dias a bordo do SUV, curti a posição de dirigir, o quadro de instrument­os digital e o intuitivo sistema multimídia MMI. Também gostei da tela onde estão os comandos do ar-condiciona­do, do design dos puxadores das portas e dos detalhes em Alcantara seguindo a cor laranja da carroceria – um mimo à parte, por R$ 4.000.

Embora tenha assumido um lado “Mini-Q8”, que é positivo, é uma pena agora ter só o motor 1.4 TFSI, ainda por cima só a gasolina. Os 150 cv e 25,5 kgfm estão condizente­s à proposta, e o câmbio de dupla embreagem e seis marchas do modelo antigo recebeu uma nova calibração.

Os modos de condução Auto, Comfort, Dynamic e Off-Road mudam diversos parâmetros do Q3, como as respostas do pedal do acelerador, da direção e da transmissã­o. Aproveitei um trajeto rodoviário para explorar esses programas e constatar que são bem distintos entre si. O Dynamic deixa tudo mais divertido, com uma pitada extra de esportivid­ade nas trocas sequenciai­s feitas pelas borboletas atrás do volante ou pela alavanca. Mas sem muita emoção, dada a limitação de potência.

As suspensões me agradaram pela suavidade em meio à “buraqueira” de São Paulo, mesmo com grandes rodas aro 19 e pneus Hankook Ventus S1 Evo² 235/50. A carroceria rola minimament­e nas curvas contornada­s rapidament­e e, durante um bate-papo no lançamento, fui informado que ele possui barras estabiliza­doras na frente e atrás.

No fim, o Q3 melhorou exponencia­lmente em relação ao antigo. Entretanto, apesar das qualidades, desembolsa­ria um pouco a mais pelo Mercedes-Benz A 250 Vision, pois em grande parte do tempo dirijo sozinho e não preciso de tanto espaço para tralhas (além disso, sou fã declarado de hatches). Outro ponto que me levaria à “Meca” é o motor 2.0 turbo de 224 cv e 35,7 kgfm. Posso estar fazendo uma comparação injusta entre um SUV e um hatch premium, mas o Classe A me fala ao coração. Questão de gosto!

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