Sedãs campeões
três modelos mais vendidos do Brasil em um comparativo de suas versões intermediárias
Mesmo disputando o mercado brasileiro em sua geração antiga, que todo mundo sabia que já estava prestes a ser aposentada , entre todos os sedãs do mercado, o Toyota Corolla só perdeu em vendas em 2019 para o popular Chevrolet Prisma. O sedã japonês representou expressivos 43,2% das vendas dos sedãs médios no ano passado, ante 20,8% do Honda Civic e 13,6% do Chevrolet Cruze. Juntos, estes três modelos – o “top 3”de vendas na categoria – representaram mais de 75% dos emplacamentos dela (entre os demais modelos, o Volkswagen Jetta é o único com vendas que não podem ser consideradas insignificantes).
Então, depois de mostrar na edição passada qual versão do Toyota Corolla vale mais a pena (na maior parte dos casos, a ultra-tecnológica e sem rivais Hybrid), vamos focar na versão com mecânica tradicional, que hoje tem cerca de metade das vendas. Você pode a preferir por receio, gosto ou tipo de uso principal.
Na faixa de preços de R$ 110 mil ou um pouco mais que isso, o Toyota Corolla XEi enfrenta o Honda Civic EXL e o Chevrolet Cruze Premier. São as versões logo abaixo das topo de linha – e três sedãs bastante similares em diversos pontos.
Mas eles têm, também, seus detalhes e peculiaridades, que podem agradar mais ou menos, conforme as preferências pessoais de cada um. O melhor para você pode não ser o mais rápido deles ou o mais econômico, e também pode não ser o mais vendido.
APOSTA NO TURBO
Nas versões intermediárias, como nas de entrada, o Toyota Corolla não tem powertrain híbrido e o Honda Civic não é turbo. Aí, destes três, apenas o Chevrolet Cruze é igualzinho, mecanicamente, à sua opção mais cara. Isso porque esta geração do modelo americano aposta no turbo em toda a linha. Deu resultado, e o Cruze chegou a ameaçar a segunda colocação em vendas do Civic.
De fato, o motor 1.4 turbo do Cruze é bastante eficiente e muito econômico. Com 150 cv, não é o mais potente aqui, mas é mais forte e mais econômico que os 2.0 dos rivais japoneses. Não parece quase nunca um “motorzinho” pequeno se esforçando demais. O Cruze não decepciona nas retomadas e trabalha silenciosamente, sempre em baixas rotações e fazendo ótimas marcas de consumo. Em nossos testes com gasolina, marcou 9 km/l na cidade e 16 km/l na estrada (120 km/h, 2.200 rpm).
Ter motor turbo é claramente uma vantagem do Chevrolet na faixa dos R$ 115 mil. Mas não é tudo: as respostas não são tão lineares. O Cruze ganha velocidade bem, com aquela sensação sempre boa de não “usar rotações”... Mas, quando você acelera para andar mais, às vezes ele dá uma amarrada, com mudanças de marcha indecisas, ou segura marchas sem necessidade.
Além disso, a direção do Cruze é mais lenta que a do Civic, ou mesmo que a do Corolla, com uma pegada bem mais anestesiada. Enfim, são detalhes que passam a sensação de que falta refinamento na dirigibilidade. E, ainda, as trocas sequenciais de marcha, no modo manual, não podem ser feitas por aletas – que comandam só o sistema de som –, apenas pela alavanca (reduz marcha para trás, aumenta para frente).
Na cabine do Chevrolet Cruze, também há altos e baixos. O plástico mais simples no topo do painel e nas portas contrasta com a bela faixa