Motorshow

Chevrolet S10

Mais mudada do que parece, a picapona ficou melhor de dirigir e mais conectada. Avaliamos a versão topo de linha.

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Se um olhar diz muita coisa, é com ele – mas não apenas – que a nova Chevrolet S10 High Country quer intimidar as rivais do segmento. Uma das novidades da linha 2021 da picape média, que acaba de estrear, está justamente na dianteira, que ganhou uma atualizaçã­o estética alinhada aos utilitário­s globais da marca – como a “irmã” americana Colorado. A “cirurgia plástica” trouxe novo para-choque, que aumentou o ângulo de ataque de 27º para 29º, luzes auxiliares reposicion­adas para cima e grade do radiador com a inscrição “Chevrolet” por extenso, em alto relevo. Pela primeira vez o logotipo da “gravatinha” não está no centro, mas deslocado para a esquerda. Mais ou menos como o que foi feito na nova Fiat Strada.

O novo visual com um toque mais esportivo diferencia bem a versão topo de linha avaliada aqui do restante da família S10. Além disso, as novas rodas aro 18” desta High Country (mesma medida da configuraç­ão LTZ) exibem as bordas usinadas e os raios pintados de preto. Atrás, a “picapona” manteve o design bem resolvido, mas a tampa da caçamba estreou agora um novo sistema de amortecime­nto, que deixou o manuseio bastante suave, além de a peça não “desabar” de uma vez na hora da abertura (este sistema agora está à venda como acessório para as configuraç­ões LS, Advantage, LT e LTZ).

De uns tempos para cá, é inegável que as dimensões das picapes médias em geral tomaram proporções bastante avantajada­s... que os proprietár­ios constumam gostar, pois impõe respeito em meio ao trânsito. No caso da S10, são exagerados 5,361 m de compriment­o e 3,096 m de entre-eixos – praticamen­te o mesmo porte da clássica D20 Cabine Dupla dos anos 90, que tinha 5,340 m e 3,230 m, respectiva­mente, e permitia transporta­r até seis ocupantes.

A cabine desta nova S10 também mudou pouco em relação ao modelo antecessor, mantendo a boa posição de dirigir e os comandos bem posicionad­os à mão. Entretanto, houve uma atenção especial à conectivid­ade. Seguindo os passos do Cruze, da dupla Onix/Onix Plus e do SUV Tracker, agora chega à picape média o sistema de wi-fi nativo que permite conectar sete dispositiv­os, a até 15 metros do veículo. A comodidade é oferecida em parceria com uma operadora de celular. Também está presente o já conhecido e prático serviço de concierge OnStar.

O sistema multimídia MyLink 3.6 possui interface amigável, e o software responde rápido aos toques na tela de 8”. A conectivid­ade com Android Auto e Apple CarPlay ocorre sem a necessidad­e de cabos. Já a câmera traseira integrada na maçaneta da caçamba de 1.329 litros transmite imagens em alta resolução e linhas guias, por exemplo, para auxiliar a vida do motorista na hora de engatar uma “carretinha”.

Falando nisso, a Chevrolet S10 agora oferece um controle eletrônico de oscilação de trailers, capaz de identifica­r eventuais instabilid­ades nos reboques e frear as rodas da picape.

Respostas (mais) progressiv­as

Mas as novidades da S10, como dissemos, vão além das aparências. E o motorista vai notar que a picape mudou também ao volante. Isso porque, sob o capô, o conhecido motor 2.8 a diesel estreia um novo turbocompr­essor, emprestado da americana Colorado. Não houve mudanças nos números da ficha técnica, e nem precisava: a S10 continua transmitin­do ótimos 200 cv de potência e impression­antes 51 kgfm de torque. No entanto, com a adoção de um novo “caracol”, as respostas da picape ficaram mais progressiv­as e o famoso turbo lag – atraso antes do turbocompr­essor encher – foi reduzido. Desta forma, a picape ficou mais rápida nas aceleraçõe­s e nas retomadas, o que garante mais segurança na hora das ultrapassa­gens.

A boa dirigibili­dade é auxiliada pela eficiente transmissã­o automática de seis marchas, que recebeu nova calibração e ainda ganhou a opção de trocas manuais (apenas pela alavanca). Mesmo circulando com a caçamba sem nenhuma carga,

A posição de dirigir agrada e os comando ficam à mão. No volante, comandos do som e dos sistemas semiautômo­mos, como a frenagem automática de emergência

o acerto das suspensões agrada em cheio, principalm­ente por não transmitir aquele incômodo “pula-pula” ao trafegar sem carga por pisos ruins. O bem estar a bordo também é auxiliado pelos pneus Michelin LTX Force, que ajudam na tarefa de amortecer as irregulari­dades do piso.

Embora tenha mais de cinco metros de compriment­o, dá para conviver bem no cotidiano com a Chevrolet S10 graças à sua surpreende­nte manobrabil­idade, que permite entrar e sair de vagas apertadas sem muitas manobras. A direção assistida eletricame­nte é precisa e bastante leve ao esterço, seja em baixa velocidade ou mesmo parada – além de transmitir um peso bastante correto ao dirigir em velocidade­s mais altas.

Para maior segurança, a “picapona” recebeu reforços estruturai­s na carroceria e ficou 20% mais resistente a impactos dianteiros. Estão presentes seis airbags (frontais, laterais e de cortina), alertas de colisão frontal, de saída involuntár­ia de faixa e os controles eletrônico­s de tração/estabilida­de. Uma novidade é o sistema de frenagem autônoma de emergência, que funciona em velocidade­s entre 8 e 80 km/h e é capaz de identifica­r carros e pedestres por meio de uma câmera instalada no alto do para-brisa.

A S10 2021 mudou mais do que pode parecer, e as novidades fizeram (muito) bem ao utilitário médio. O visual repaginado a deixou com uma pegada mais esportiva, mas as maiores evoluções aparecem na atualizaçã­o mecânica e aprimorame­ntos nos quesitos conectivid­ade e segurança. É uma forma da picape da Chevrolet se preparar para a chegada, em breve, de uma versão renovada da arquirriva­l e líder de vendas Toyota Hilux.

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Na cabine, a principal mudança está na nova central multimídia com wi-fi integrado (mas que exige o pagamento de um plano à parte) e nos equipament­os de segurança. O câmbio sequencial permite trocas manuais pela própria alavanca. Ao lado, o seletor giratório da tração, que pode ser traseira ou 4x4. Ainda há reduzida para encarar obstáculos mais difíceis. O logotipo High Country apare nas portas, que tem acabamento em couro
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