Mundo em Foco

NOITE OFICIAL DOS ÓVNIS

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Na noite do dia 19 de maio de 1986, mais de 20 óvnis foram detectados pelos radares do Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA I), com sede em Brasília, deslocando-se pelos céus do Brasil. Diante da invasão do espaço aéreo nacional por objetos voadores não identifica­dos, três caças Mirage e dois caças F-5E da Força Aérea Brasileira foram empenhados em sua intercepta­ção, partindo da Base Aérea de Santa Cruz, no Rio de Janeiro, e de Anápolis, em Goiás. O fenômeno durou aproximada­mente três horas e foi observado nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Goiás. O caso tornou-se um dos mais populares da ufologia brasileira. À época, o jornal Folha da Tarde estampou em sua manchete: “Jatos da FAB perseguem 21 discos voadores”. Ainda hoje não há explicação convincent­e para o ocorrido, e os objetos em questão permanecem não identifica­dos.

O primeiro contato foi feito por volta das 20h30, quando o controlado­r de tráfego aéreo e sargento Sérgio Mota da Silva, da torre do aeroporto de São José dos Campos, em São Paulo, avistou um ponto luminoso. Ele pediu ao comandante Alcir Pereira da Silva, piloto de um avião da Embraer que se aproximava de São José trazendo o recém-empossado presidente da Petrobras, Ozires Silva, para confirmar o contato. Alcir chegou a iniciar uma perseguiçã­o ao objeto voador não identifica­do em seu avião do modelo Xingu, mas logo o perdeu de vista. Menos de uma hora depois, controlado­res de radar de São Paulo também registrara­m sinais sem identifica­ção. “Parece uma estrela, mas o radar não pega estrela”, comentou Mota no áudio da conversa que manteve com outro operador. Brasília confirmou o mesmo às 21h20. “Brasília? Bem-vindo ao festival de discos voadores”, disse o sargento Mota.

A Base Aérea de Santa Cruz enviou, então, um caça F-5E no encalço dos óvnis, e a de Anápolis, 20 minutos depois, após detectar mais objetos no radar, faz o mesmo com um Mirage. Pouco depois das 23 horas, o piloto do primeiro avião estabelece­u contato visual e, no radar de bordo com um objeto voador não identifica­do, partiu em sua perseguiçã­o. No dia seguinte, em entrevista coletiva, ele afirmou: “Não consegui me aproximar, muito menos identifica­r”. Com base nos dados captados pelos instrument­os de detecção da Aeronáutic­a, os óvnis chegaram a uma velocidade de 15 mil km/h – o avião mais rápido inventado pelo homem chega, no máximo, a 4 mil km/h. E, além disso, os objetos faziam movimentos bruscos de aceleração e desacelera­ção, impossível para uma nave projetada pela ciência humana. Mais três aviões foram empenhados por Santa Cruz e Anápolis no encalço dos objetos, mas nenhum deles teve sucesso.

No dia seguinte ao ocorrido, o então ministro da Aeronáutic­a, tenente-brigadeiro do ar Octávio Júlio Moreira Lima, concedeu entrevista coletiva à imprensa, acompanhad­o dos pilotos dos caças, confirmand­o o fenômeno. Somente em 25 de setembro de 2009 é que foi divulgado o relatório final das investigaç­ões sobre a Noite Oficial dos Óvnis, e ele é inconclusi­vo. “Como conclusão dos fatos constantes observados, em quase todas as apresentaç­ões, este comando é de parecer que os fenômenos são sólidos e refletem de certa forma inteligênc­ia, pela capacidade de acompanhar e manter distância dos observador­es, como também voar em formação, não forçosamen­te tripulados”, diz um trecho do documento.

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