NEM TODO DADO DEVE SER FECHADO
Mas, e quando precisamos saber a localização dos banheiros públicos de uma cidade turística – ou das escolas ou creches públicas no seu bairro? Qual o volume de verba pública que um deputado gastou – e com o quê? Ou alguma outra questão cuja resposta se baseia em informações fornecidas por órgãos públicos? Se de um lado há um esforço para proteção de informações sensíveis que devem ser fechadas, há outro, em sentido contrário, procurando abrir caixas virtuais que podem ajudar a sociedade.
Um dos movimentos mais importantes está em vigor desde maio de 2012: a Lei de Acesso à Informação, que exige que os órgãos dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário em quaisquer níveis (do Governo Federal às prefeituras) disponibilizem dados de interesse coletivo (desde que não sejam classificados como “sigilosos”). Mas nos últimos quatro anos, a administração pública demonstra problemas para se adaptar a esse contexto: enquanto alguns órgãos avançam e se adaptam às exigências, outros caminham muito devagar – ou sequer andam.
Autores do livro “Dados Conectados
Abertos” (disponibilizado para download em http://ceweb.br/publicacao/livro-dados-abertos/), os professores de Ciência da Computação Seiji Isotani e Ig Bittencourt admitem que a falta de conhecimento técnico sobre como disponibilizar os dados de forma aberta e conectada e também a falta de conhecimento tecnológico sobre as ferramentas existentes para realizar essa tarefa de forma adequada.
“Sabe-se que há fatores políticos, legais e de cultura que limitam a exposição de dados, porém, existindo esforço para tal implementação, o retorno será positivo”, salientam os autores do Manual dos Dados Abertos para Desenvolvedores, disponível gratuitamente no site do W3C Brasil (http://www.w3c.br), outra sugestão indispensável de leitura para hackers que pretendem ajudar na tarefa de abrir dados importantes.