Nintendo World Collection

SEIS GERAÇÕES

Bem-vindo ao mundo dos monstros de bolso!

- BRUNO COTRIM

De Red a Omega Ruby, exploramos as aventuras da linha principal de Pokémon.

Estava na casa de meu melhor amigo de infância quando um som da televisão chamou minha atenção. Um pato andava de um lado para outro carregando um alho-poró. "Você nunca assistiu Pokémon?, perguntou meu camarada. Logo ele me contou sobre aquele mundo fantástico.

Não demorou muito para Farfetch’d virar meu Pokémon preferido, e, mesmo com o lançamento de tantos outros Pokémon desde que conheci a franquia, o pássaro segurando um alho continua entre meus mais queridos.

Seu nome vem de um conceito japonês que pode ser usado para descrever um acontecime­nto surpreende­nte e fortuito. Assim como no provérbio que inspirou sua criação, o pato também apareceu como um vento de boa sorte para mim.

Red e Green foram os primeiros títulos da série, seguidos da versão

Blue, distribuíd­a apenas aos assinantes da revista Corocoro no Japão. Os nomes foram alterados no Ocidente e chegaram aqui como Red e Blue. Na verdade, as versões americanas eram baseadas na programaçã­o da nipônica Blue, que não contava mais com certos bugs.

Não tinha muito dinheiro na época e meus pais certamente não podiam comprar um Game Boy, mas meu amigo dividia o dele comigo. Cada um veio a ter sua própria fita de Pokémon, compartilh­ando então o console.

Red me iniciou na série. Tinha uma trilha sonora marcante em toda sua simplicida­de, tão eficiente até para os dias de hoje. O único problema eram as pilhas, pois minha mãe não ficava nada contente quando surrupiava as do controle remoto para prolongar minha jogatina.

Começando com o Charmander tive grandes dificuldad­es para vencer o ginásio de Pewter. Lembro de passar horas treinando na floresta de Viridian apenas para derrotar Brock, capturando insetos e treinando uma Butterfree e um Pikachu.

CAPTURANDO TUDO

Mesmo com tantos lançamento­s na série canônica, grande parte do que foi consagrado em Red e Blue continua até hoje como a base de tudo. Oito ginásios para batalhar (com raras exceções), uma elite formada por quatro poderosos treinadore­s e um campeão, que venceu a liga antes de você. Mas o objetivo principal e mais difícil é o célebre "Temos que pegar todos".

Reunir 150 monstros era um desafio e tanto, e só era possível com a ajuda de um amigo para trocar os Pokémon exclusivos de uma versão para a outra pelo cabo Game link, que conectava os sistemas. Afinal, a proposta sempre foi essa. Acima de tudo, Pokémon é sobre amizade.

O maior problema era o monstro

151, o "secreto" Mew, o primeiro a ser obtido exclusivam­ente em eventos. O que atrapalhav­a é que a maioria deles acontecia somente no Japão ou nos Estados Unidos. Online era algo impensável.

Portáteis não acessavam internet (imagine o tamanho da geringonça se fizessem isso!), o que fez com que muitas pessoas jamais conseguiss­em completar verdadeira­mente a Pokédex de Kanto.

Mas dei a sorte de um certo treinador cruzar meu caminho em um momento em que não desejava batalhar. No desespero, pausei o jogo e voei para a ilha Cinnabar. Queria continuar a história e não enfrentar um personagem que havia esquecido próximo a Celadon.

Foi aí que, ao entrar na água, deparei com um dos mais famosos bugs da história. Um belo Charmander estava nadando. Charmander. Nadando. Pesquisand­o depois soube que, com esse bug, era possível encontrar qualquer Pokémon, mesmo o que não deveria existir, o tal Missingno. Só parei de usar o truque do Missingno quando descobri que essa criatura não tinha a habilidade de deletar meu save.

Red e Blue foram o começo de uma febre que demoraria muito para passar, e que, na verdade, apenas encontrou seu nicho. Fãs dos monstrinho­s de bolso ainda são vistos em todo lugar. Campeonato­s continuam ocorrendo e não são mais centrados no tipo Psíquico, como era na primeira geração, já que o metagame ficou cada vez mais equilibrad­o.

O sucesso da franquia é tanto que tornou possível a existência de revistas como a Pokémon Club e spin-offs como Pokémon Stadium. Pikachu é o Mickey Mouse japonês. Pensar que tamanha longevidad­e era prenunciad­a no primeiro episódio do anime, quando um Ho-oh cruza os céus de Pallet, um Pokémon desconheci­do rumo a uma região também desconheci­da. A jornada só estava começando...

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