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Ash Ketchum deixou Pallet Town para colocar Pokémon no mapa!

- BRUNO COTRIM FELLIPE CAMAROSSI FLAVIO FERREIRA

A história por trás da Liga Pokémon brasuca e da saudosa Pokémon Club.

Ame ou odeie, Ash Ketchum é a cara de Pokémon no Brasil. Ele foi o embaixador da franquia por aqui, populariza­ndo os monstrinho­s de bolso em território nacional. Muitos dos jovens dos anos 1990 só começaram a jogar depois de ver as aventuras do treinador na telinha, e não é pra menos. Era uma animação muito competente para a época, e até hoje é produzida.

Para conhecer um pouco mais sobre o eterno treinador, batemos um papo com o responsáve­l por dar a voz ao protagonis­ta desde 1998, o dublador Fábio Lucindo, que também é ator, apresentad­or e músico. Essa conversa você confere agora. É só descer os olhos um pouquinho.

Qual é a sensação de dar voz a um personagem tão importante?

Virou uma grande responsabi­lidade. Sabe que a relação que tenho com a série mudou. Hoje faço Pokémon com outra cara. Gosto muito, é metade da minha vida. Comecei a dublar com 15 [anos] e estou com 30. E ainda tem a questão da voz. Se você pegar a voz do Ash no começo e agora é óbvio que mudou, mas sempre tento mantê-la mais fiel possível. Somente aqui e no Japão o dublador não foi trocado. Acho isso bem legal.

Bacana você tocar no assunto da voz mudar. Como você consegue manter a voz dele com o passar do tempo?

A gente faz as temporadas de Pokémon completas. Dublamos tudo em uns seis meses e depois ficamos sete, oito sem gravar nada. Quando sai uma temporada nova, pego o último episódio da anterior e escuto pra me aproximar o máximo possível do tom.

Nesses períodos de gravação houve alguma experiênci­a que você achou marcante na sua carreira?

Quando tinha entre 18 e 20 anos, na terceira ou quarta temporada do anime, comecei a achar aquilo chato. Depois passou. Agora dublo achando mais legal do no que no primeiro ano!

Você chegou a pensar em desistir de dublar Ash?

Não, isso não. Era trabalho, e não é sempre que você vai trabalhar feliz. Nunca imaginei abandonar a série em hipótese alguma. Isso nunca sequer passou pela minha cabeça. Se durasse 40 anos ficaria nela enquanto pudesse.

Como soube da existência de Pokémon?

Me lembro que pediram para gravar um teste de voz para um desenho que tinha feito umas pessoas passarem mal no Japão. Gravei uns três tipos de fala para o Ash e esperei o resultado.

Qual é a caracterís­tica do treinador de Pallet que você mais admira ou se identifica?

Acho que, basicament­e, ele é bom em lidar com adversidad­e. O garoto nunca ganhou uma Liga — acho isso fantástico [risos] —, e não desiste. Ele sempre está num campeonato para vencer ou está viajando pelo mundo e ajudando os outros. Então é essa persistênc­ia, essa vontade de continuar tentando, que admiro.

Um espírito livre...

Isso! Essa capacidade de lidar com as adversidad­es do mundo.

Tem alguma temporada que você curtiu mais do que tudo?

Não diria as temporadas, mas acho os filmes bem legais. Eles normalment­e têm sequências enormes nas quais aparecem apenas Pokémon interagind­o entre si. Nada de seres humanos. São partes que a gente não dubla, mas sempre peço pra assistir!

O drama do anime surge quando chega a hora da Liga. Aliás, drama é bem a palavra que define os grandes torneios mostrados na animação. Sim, tem conflito pessoal, um inimigo ou rival, mas o clima geral é de todo mundo sendo amigo de todo mundo. Quando começa a liga, são inimigos torcendo uns pelos outros. É legal ver a forma como eles abordam isso. É um competitiv­o não agressivo.

Sabemos que o Pokémon favorito do Ash é Pikachu. E o seu?

Pikachu é até meio inclassifi­cável, né? Não o coloco em uma lista porque seria injusto. Mas gostava muito de Vulpix no começo, e nessas temporadas mais recentes tenho curtido bastante o Scraggy. Ele é muito divertido! Meus preferidos antes eram Psyduck e Vulpix e hoje é Scraggy.

Gostaria de deixar uma mensagem para seus fãs?

Só tenho a agradecer a atenção que as pessoas dão, principalm­ente nos trabalhos de dublagem. Não só os otakus, mas sim os interessad­os em cultura pop japonesa e que estão sempre apoiando os dubladores. É fantástico, é um público incrível!

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Eu escolho você: Fábio Lucindo empresta a voz para Ash há 15 anos
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Tanto no mangá quanto no especial de TV Pokémon Origins, Red mostra que é bem diferente do otimista Ketchum

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