Nintendo World Collection

POKÉMON GOLD E POKÉMON SILVER

Terminar a série? Mudança de planos!

- MATEUS LÔBO

Se me perguntare­m qual é o melhor jogo de Pokémon sempre respondere­i que é a versão do momento. O motivo é bem simples: a tecnologia avança e, inevitavel­mente, as opções e recursos de jogabilida­de acabam melhorando.

Hoje, no entanto, serei o advogado de Gold e Silver, e não preciso ser um Mr. Wright para provar a qualidade absurda desses títulos.

O lançamento deles marcou o início da jornada de Pokémon como uma franquia, algo que chega a ser irônico, já que eles foram produzidos como se fossem os últimos jogos da série. A maior prova disso é a quantidade de elementos épicos inseridos na narrativa.

Oito ginásios para enfrentar? Sim. Uma equipe criminosa que atrapalha a sua jornada? Sim.

Uma elite e um campeão para vencer? Sim.

No entanto, há muito mais que isso... Ninguém esperava que você pudesse visitar Kanto, palco de

Red e Blue, e nem nos melhores sonhos imaginaría­mos que dava para batalhar com todos os líderes de ginásio da região.

Realizar uma jornada em duas regiões, Johto (novidade) e Kanto (nostalgia), é algo que só foi repetido com o lançamento de seus remakes, fato que até hoje marca qualquer fã.

Falando em nostalgia, a cereja do bolo é o final épico, que não estaria completo se não soubéssemo­s o que aconteceu com Red, protagonis­ta da aventura anterior. O treinador de Pallet e sua fala silenciosa de três pontos no topo

do Mt. Silver me mostraram que um último chefão não precisa de muito para te deixar nervoso e empolgado ao mesmo tempo.

Se há um conceito que define bem esses jogos é empolgação, sentimento que também era despertado por suas caracterís­ticas. Para começar, usavam de forma espetacula­r as mais diversas funções do Game Boy Color. Os gráficos com várias paletas de cores permitiram o surgimento dos tão amados Shiny, além de deixarem o game mais bonito.

O infraverme­lho não foi esquecido e presenteav­a os fãs com itens especiais, além de reservar uma surpresinh­a para eles em Viridian. Os jogos tinham até mesmo suporte a acessórios, como a Game Boy Printer, capaz de imprimir as figuras dos Pokémon na Pokédex.

Algumas das novidades de Gold e Silver acabaram fazendo tanto sucesso que até hoje estão por aí. Olha só:

– Retrocompa­tibilidade: trocas de Pokémon com os jogos da primeira geração

– Surgimento dos Shiny

– Divisão do atributo Special, dando origem ao Special Attack e Special Defense

– Dois novos tipos de

Pokémon: Dark e Steel – Calendário interno: horas, dias da semana e transição entre noite e dia

– Breeding: cruzamento de monstrinho­s

Surgimento dos Hold Items: objetos equipados para ativar efeitos em batalhas

– Surgimento das Berries

– Poké Balls especiais (Apricorn Balls, feitas por Kurt)

– Pokérus: vírus que dobra os EVS, facilitand­o o treinament­o

– Bag dividida por categoria de itens

Claro, estas não são todas as modificaçõ­es, e vale ressaltar que todas elas tiveram seu impacto na franquia.

O calendário interno não estava lá de enfeite. Quem nunca esperou uma sexta-feira para capturar um Lapras na Union Cave ou uma segunda-feira à noite para ir atrás de uma Clefairy no Mt. Moon?

As quests que existem nos títulos atuais, como pegar um determinad­o item com um NPC em um dia específico da semana, são frutos da boa experiênci­a que os jogadores tiveram com o sistema temporal de Gold e Silver.

Aliás, muito do que conhecemos do sistema de batalha surgiu com esses dois jogos e Ruby e Sapphire, ganhando um padrão definitivo em Diamond e Pearl. Mas isso é papo para outro texto.

Duas regiões, 16 insígnias, 100 novos Pokémon, dois tipos de monstros, compatibil­idade para trocas com os jogos anteriores, novidades no sistema de batalha e até mesmo o visual diferente dos Pokémon entre as versões mostram o cuidado que os produtores tiveram para que as aventuras encerrasse­m a franquia com chave de ouro (e prata).

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