POKÉMON GOLD E POKÉMON SILVER
Terminar a série? Mudança de planos!
Se me perguntarem qual é o melhor jogo de Pokémon sempre responderei que é a versão do momento. O motivo é bem simples: a tecnologia avança e, inevitavelmente, as opções e recursos de jogabilidade acabam melhorando.
Hoje, no entanto, serei o advogado de Gold e Silver, e não preciso ser um Mr. Wright para provar a qualidade absurda desses títulos.
O lançamento deles marcou o início da jornada de Pokémon como uma franquia, algo que chega a ser irônico, já que eles foram produzidos como se fossem os últimos jogos da série. A maior prova disso é a quantidade de elementos épicos inseridos na narrativa.
Oito ginásios para enfrentar? Sim. Uma equipe criminosa que atrapalha a sua jornada? Sim.
Uma elite e um campeão para vencer? Sim.
No entanto, há muito mais que isso... Ninguém esperava que você pudesse visitar Kanto, palco de
Red e Blue, e nem nos melhores sonhos imaginaríamos que dava para batalhar com todos os líderes de ginásio da região.
Realizar uma jornada em duas regiões, Johto (novidade) e Kanto (nostalgia), é algo que só foi repetido com o lançamento de seus remakes, fato que até hoje marca qualquer fã.
Falando em nostalgia, a cereja do bolo é o final épico, que não estaria completo se não soubéssemos o que aconteceu com Red, protagonista da aventura anterior. O treinador de Pallet e sua fala silenciosa de três pontos no topo
do Mt. Silver me mostraram que um último chefão não precisa de muito para te deixar nervoso e empolgado ao mesmo tempo.
Se há um conceito que define bem esses jogos é empolgação, sentimento que também era despertado por suas características. Para começar, usavam de forma espetacular as mais diversas funções do Game Boy Color. Os gráficos com várias paletas de cores permitiram o surgimento dos tão amados Shiny, além de deixarem o game mais bonito.
O infravermelho não foi esquecido e presenteava os fãs com itens especiais, além de reservar uma surpresinha para eles em Viridian. Os jogos tinham até mesmo suporte a acessórios, como a Game Boy Printer, capaz de imprimir as figuras dos Pokémon na Pokédex.
Algumas das novidades de Gold e Silver acabaram fazendo tanto sucesso que até hoje estão por aí. Olha só:
– Retrocompatibilidade: trocas de Pokémon com os jogos da primeira geração
– Surgimento dos Shiny
– Divisão do atributo Special, dando origem ao Special Attack e Special Defense
– Dois novos tipos de
Pokémon: Dark e Steel – Calendário interno: horas, dias da semana e transição entre noite e dia
– Breeding: cruzamento de monstrinhos
Surgimento dos Hold Items: objetos equipados para ativar efeitos em batalhas
– Surgimento das Berries
– Poké Balls especiais (Apricorn Balls, feitas por Kurt)
– Pokérus: vírus que dobra os EVS, facilitando o treinamento
– Bag dividida por categoria de itens
Claro, estas não são todas as modificações, e vale ressaltar que todas elas tiveram seu impacto na franquia.
O calendário interno não estava lá de enfeite. Quem nunca esperou uma sexta-feira para capturar um Lapras na Union Cave ou uma segunda-feira à noite para ir atrás de uma Clefairy no Mt. Moon?
As quests que existem nos títulos atuais, como pegar um determinado item com um NPC em um dia específico da semana, são frutos da boa experiência que os jogadores tiveram com o sistema temporal de Gold e Silver.
Aliás, muito do que conhecemos do sistema de batalha surgiu com esses dois jogos e Ruby e Sapphire, ganhando um padrão definitivo em Diamond e Pearl. Mas isso é papo para outro texto.
Duas regiões, 16 insígnias, 100 novos Pokémon, dois tipos de monstros, compatibilidade para trocas com os jogos anteriores, novidades no sistema de batalha e até mesmo o visual diferente dos Pokémon entre as versões mostram o cuidado que os produtores tiveram para que as aventuras encerrassem a franquia com chave de ouro (e prata).