POKÉMON DIAMOND E POKÉMON PEARL
A aventura por Sinnoh se divide em duas telas
"Isso não parece Pokémon de verdade". "Antes era mais divertido". "Na minha época era melhor". Essas são reclamações fáceis de ouvir de alguém que se agarrou fortemente às primeiras gerações da franquia e que não vai muito com a cara dos jogos mais recentes.
Mas é algo compreensível, afinal, é fácil perder a noção do que é bom quando se vê as coisas com nostalgia demasiada. Mesmo eu, que vivi plenamente a febre, no fim dos anos 1990, já não sentia a mesma animação quando joguei Ruby.
Amava aquilo incondicionalmente antes, mas confesso que minha fase de descobrimentos e empolgação com a série havia passado. Cresci com certos monstrinhos e sentia que aqueles mais novos não me cativavam do mesmo modo. Simplesmente não conseguia me identificar ou me relacionar com eles.
Foi aí que decidi dar um tempo, achando que nunca mais teria experiências envolventes. Isso até
2008, quando decidi conferir Diamond e Pearl, primeira entrada dos jogos canônicos no Nintendo DS.
REENCONTRO COM VELHOS AMIGOS
Me senti estranha quando liguei o console. Era como se estivesse revendo um velho amigo. Alguém de quem era extremamente próxima, mas que acabei me afastando, gerando aquele sentimento de afeto, saudosismo pelas memórias e o desconforto do distanciamento ao mesmo tempo.
Não pude deixar de me impressionar com o visual, que era obviamente mais polido e detalhado, além de o game já não oferecer aquela visão totalmente de cima como antes, mas um ângulo que passava uma impressão de mistura de 2D com 3D.
Escolhi o simpático Chimchar como meu companheiro e segui meu rumo pelas cidades de Sinnoh. Aquela estranheza que mencionei antes retornou quando me deparei com diversos monstrinhos inéditos. Diamond e Pearl contaram com nada menos do que 107 novos Pokémon.
Em vez de achar ruim, abri a cabeça e encarei aquilo como uma experiência completamente nova, colocando de lado aquela criança que deixava de prestar atenção na aula por causa de Yellow.
Pelo jeito não fui a única a pensar desta forma, considerando que os dois games venderam mais de 18 milhões de cópias.
NOVA GERAÇÃO, NOVAS REGRAS
Para acompanhar tanto sucesso, é claro que a quarta geração estava repleta das esperadas novidades e mudanças. Isso incluía algumas mecânicas das batalha, como a nova classificação dos golpes: Physical (ataques que envolvem contato físico), Special (ataques que não fazem contato físico) e Status (ataques
que não causam dano diretamente).
A tela de toque do DS permitiu um acesso rápido e prático a todas as funcionalidades dos menus.
Isso ficava mais legal quando recebíamos o Pokétch, um tipo de relógio multifuncional que era atualizado com diversos aplicativos, como um mapa, bloco de notas e até uma calculadora.
Contudo, uma das inovações mais legais era aproveitar a conexão de internet sem fio do console. Foi aí que o Global Trade Station foi introduzido, permitindo trocas de monstrinhos com pessoas do mundo todo. E é claro que o mais importante não ficou de fora: as batalhas, com direito a chat de voz e tudo!
UMA PÉROLA DE GAME
Como o habitual, a história se baseava em um jovem treinador prestes a iniciar sua jornada. Você devia passar pelos ginásios, vencer a Elite, se tornar o campeão da Liga Pokémon e, no meio disso, lutar contra a equipe malvada da vez. A Team Galatic planejava utilizar os lendários Dialga e Palkia para criar um novo universo.
Mesmo que a trama fosse simples e nada diferente dos títulos anteriores, os games conseguiram avançar e inovar no que se propuseram, aproveitando ao máximo as funcionalidades do portátil e abrindo a rota para seus sucessores.
Foram Diamond e Pearl que me trouxeram aquela empolgação que sentia quando Pikachu vinha correndo em minha direção em Yellow. Foram esses jogos que me fizeram deixar de ser cabeça-dura para perceber que podia tanto apreciar e amar os monstrinhos que cresceram comigo quanto aqueles que ainda conheceria.