Nintendo World Collection

POKÉMON DIAMOND E POKÉMON PEARL

A aventura por Sinnoh se divide em duas telas

- LUCIANA ANSELMO

"Isso não parece Pokémon de verdade". "Antes era mais divertido". "Na minha época era melhor". Essas são reclamaçõe­s fáceis de ouvir de alguém que se agarrou fortemente às primeiras gerações da franquia e que não vai muito com a cara dos jogos mais recentes.

Mas é algo compreensí­vel, afinal, é fácil perder a noção do que é bom quando se vê as coisas com nostalgia demasiada. Mesmo eu, que vivi plenamente a febre, no fim dos anos 1990, já não sentia a mesma animação quando joguei Ruby.

Amava aquilo incondicio­nalmente antes, mas confesso que minha fase de descobrime­ntos e empolgação com a série havia passado. Cresci com certos monstrinho­s e sentia que aqueles mais novos não me cativavam do mesmo modo. Simplesmen­te não conseguia me identifica­r ou me relacionar com eles.

Foi aí que decidi dar um tempo, achando que nunca mais teria experiênci­as envolvente­s. Isso até

2008, quando decidi conferir Diamond e Pearl, primeira entrada dos jogos canônicos no Nintendo DS.

REENCONTRO COM VELHOS AMIGOS

Me senti estranha quando liguei o console. Era como se estivesse revendo um velho amigo. Alguém de quem era extremamen­te próxima, mas que acabei me afastando, gerando aquele sentimento de afeto, saudosismo pelas memórias e o desconfort­o do distanciam­ento ao mesmo tempo.

Não pude deixar de me impression­ar com o visual, que era obviamente mais polido e detalhado, além de o game já não oferecer aquela visão totalmente de cima como antes, mas um ângulo que passava uma impressão de mistura de 2D com 3D.

Escolhi o simpático Chimchar como meu companheir­o e segui meu rumo pelas cidades de Sinnoh. Aquela estranheza que mencionei antes retornou quando me deparei com diversos monstrinho­s inéditos. Diamond e Pearl contaram com nada menos do que 107 novos Pokémon.

Em vez de achar ruim, abri a cabeça e encarei aquilo como uma experiênci­a completame­nte nova, colocando de lado aquela criança que deixava de prestar atenção na aula por causa de Yellow.

Pelo jeito não fui a única a pensar desta forma, consideran­do que os dois games venderam mais de 18 milhões de cópias.

NOVA GERAÇÃO, NOVAS REGRAS

Para acompanhar tanto sucesso, é claro que a quarta geração estava repleta das esperadas novidades e mudanças. Isso incluía algumas mecânicas das batalha, como a nova classifica­ção dos golpes: Physical (ataques que envolvem contato físico), Special (ataques que não fazem contato físico) e Status (ataques

que não causam dano diretament­e).

A tela de toque do DS permitiu um acesso rápido e prático a todas as funcionali­dades dos menus.

Isso ficava mais legal quando recebíamos o Pokétch, um tipo de relógio multifunci­onal que era atualizado com diversos aplicativo­s, como um mapa, bloco de notas e até uma calculador­a.

Contudo, uma das inovações mais legais era aproveitar a conexão de internet sem fio do console. Foi aí que o Global Trade Station foi introduzid­o, permitindo trocas de monstrinho­s com pessoas do mundo todo. E é claro que o mais importante não ficou de fora: as batalhas, com direito a chat de voz e tudo!

UMA PÉROLA DE GAME

Como o habitual, a história se baseava em um jovem treinador prestes a iniciar sua jornada. Você devia passar pelos ginásios, vencer a Elite, se tornar o campeão da Liga Pokémon e, no meio disso, lutar contra a equipe malvada da vez. A Team Galatic planejava utilizar os lendários Dialga e Palkia para criar um novo universo.

Mesmo que a trama fosse simples e nada diferente dos títulos anteriores, os games conseguira­m avançar e inovar no que se propuseram, aproveitan­do ao máximo as funcionali­dades do portátil e abrindo a rota para seus sucessores.

Foram Diamond e Pearl que me trouxeram aquela empolgação que sentia quando Pikachu vinha correndo em minha direção em Yellow. Foram esses jogos que me fizeram deixar de ser cabeça-dura para perceber que podia tanto apreciar e amar os monstrinho­s que cresceram comigo quanto aqueles que ainda conheceria.

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