Nintendo World Collection

POKÉMON BLACK E POKÉMON WHITE

Protejam os monstros de bolso dos humanos!

- THOMAS SCHULZE

Muita gente costuma resumir a vida em branco e preto e acaba ignorando os tons de

cinza.

Calma, não vou falar daquele livro obsceno, embora minha história me envergonhe tanto quanto as peripécias do senhor Grey. Quando entrei na adolescênc­ia bati o martelo e decidi: era errado jogar Pokémon.

Não pegava bem para um estudante do colegial se ligar nos monstrinho­s de bolso (e tinha as garotas, claro). Assim, fui para o lado negro da força e, que os meus queridos colegas me desculpem, deixei Ruby, Sapphire, Diamond e Pearl passarem batidos.

Mas é como dizem por aí: ano novo, vida (U)nova! Já saído da "aborrescên­cia", mas agora frustrado pela minha vida nos escritório­s de advocacia por não ter nada em comum com as aventuras de Phoenix Wright, resolvi matar as saudades do meu Game Boy tijolão e, em pleno 2011, revivi as madrugadas evoluindo meu Meowth de estimação.

Foi tão divertido que não pude me questionar por que havia ficado tanto tempo longe dessa série tão incrível! Era hora de virar a página, parar de bobeira, comprar Black e me permitir voltar a um...

NOVO MUNDO DE AVENTURAS!

Nunca esquecerei quanto foi incrível ligar meu Nintendo DS e reparar quanto Pokémon tinha mudado desde minhas férias. Era quase como se o game tivesse passado por tanto amadurecim­ento quanto eu! Ainda havia todo aquele encantamen­to e magia da infância, claro, mas agora a série parecia pronta para tratar de assuntos mais "adultos". Como a história de Black e White girava em torno de temas como exploração e crueldade contra os animais, questões sociais foram levantadas para atiçar nosso compasso de ética e moral.

Assumindo o papel de novos vilões, o Team Plasma é parte essencial dessa narrativa ousada ao discutir se os seres humanos são realmente bons para a vida dos Pokémon, tentando libertá-los de seus treinadore­s.

Só que essa não foi a única reviravolt­a da trama: a quinta geração também apresentou a primeira Professora Pokémon da série! Assim que começamos a jogar somos recepciona­dos pela sagaz Aurea Juniper, tão sábia quanto o lendário Professor Oak.

Embora Juniper siga a cartilha à risca e nos permita escolher entre três Pokémon iniciais (até venci minha fobia mortal de lagartixas para treinar um Snivy!) a nostalgia para por aí.

Afinal, a Pokédex de Unova traz 156 Pokémon inéditos. Pois é, só depois de terminar a aventura você pode treinar Pikachu e companhia.

SURFANDO NA INTERNET

Não foi só no campo da narrativa que os títulos da quinta geração inovaram: a Game Freak estava tão inspirada que implantou vários recursos irados para tirar o máximo de proveito do hardware do console.

Sabe o Pokémon Global Link? Esse mesmo serviço que você utiliza hoje em dia para se conectar à internet, lutar com seus amigos e ganhar centenas de Bidoof na Wonder Trade foi originalme­nte concebido nessa geração.

Através do fantástico C-gear e uma rápida sincroniza­ção com sua conta no PGL, as portas do Dream World se abriam. Lá você montava sua própria base, encontrava novos monstros e conseguia itens raros e extremamen­te úteis, além de minigames.

Mais importante, embora essa não fosse a primeira vez que rolaram batalhas e trocas online, a robusta estrutura do PGL permitiu a Pokémon Company montar torneios muito mais organizado­s. Coisa fina!

INOVAÇÕES MIL

Além de gerenciar sua conexão, o C-gear trouxe diversos recursos, como ampliar os poderes do Xtransceiv­er, para a gente poder ver nossos amigos com a câmera do DS, além de manter uma lista atualizada dos treinadore­s que encontramo­s em batalhas online.

Falando em embates, eles também mudaram bastante, acrescenta­ndo suporte a duelos em trio e com rotação de equipe, além de uma nova camada de estratégia nas lutas graças ao Wonder Launcher, que atirava itens aos Pokémon.

O mesmo capricho dedicado aos aspectos técnicos – Unova é linda e deslumbra com sua arquitetur­a inspirada na megalópole Nova York –, também pode ser notado nos menores detalhes: finalmente os TMS não eram mais deletados após um único uso. Uma verdadeira mão na roda!

Ao amadurecer sua narrativa e jogabilida­de, as aventuras me ajudaram a reencontra­r aquela criança doida pelos monstrinho­s de bolso e, quem diria, a crescer de verdade. Como já dizia nosso saudoso Michael Jackson, "não importa se é preto ou branco". Quem joga Black ou White curte um dos melhores capítulos da série!

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