Nintendo World Collection

GUERREIRA UMA GRANDE

- RICARDO SYOZI Editor-colaborado­r

Édifícil explicar como uma criança se sente, pela primeira vez, ao se deparar com aquele personagem que, ao tirar seu capacete, revelava ser uma mulher de longos cabelos loiros. Tenho quase certeza que abri a boca e arregalei os olhos.

Hoje, ter uma heroína protagoniz­ando um game não é nada fora do esperado, mas isso só é assim por causa de Samus Aran e sua coragem inabalável, enfrentand­o terrenos desconheci­dos, inimigos ferozes e uma solidão tocante.

Foi a partir de Metroid, de 1986, que presenciam­os essa trajetória de medo e incerteza por cada um de seus caminhos tortuosos. Passar por toda aquela aventura acreditand­o que estávamos controland­o um herói como Sylvester Stallone em Rambo ou Bruce Wayne encarnado como Batman era algo confortant­e, pois sabemos que os heróis sempre vencem no final e salvam a donzela em perigo. Porém, o que acontece se não há uma donzela em perigo?

O choque, ao vermos aquela fisionomia feminina, era inevitável mas era momentâneo. Depois de encarar confrontos que pareciam impossívei­s de superar, por que acharíamos estranho controlar uma mulher que se mostrou nada menos do que grandiosa?

Desde então, as portas foram abertas para Alex Rovias, Chun-li, Joanna Dark, Bayonetta e Lara Croft, entre outros exemplos. É claro que ainda há muito a percorrer. Contudo, as heroínas vêm ganhando cada vez mais espaço, graças à minha personagem favorita da minha franquia favorita.

Sou um ser humano nascido no planeta Terra, mas vivi incríveis experiênci­as em Zebes, Phaaze, SR388 e outros planetas maravilhos­os. E, por tudo isso, sou muito feliz.

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